CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
João Guimarães Rosa, Ave!
Eu acho que por ter nome de flor
e a justa conta da justa dor,
foi que o Matuto Doutor
espalhou tanta cor
nesse Mundo de incerto autor.
E tanto sentir foi,
que vazou das Minas
e encheu o Brasil.
E tanto sentir foi,
que vazou do Brasil
qual água de vazado barril.
E tanto sentir era
que curto o vocabulário era.
E para tanto dizer
pôs-se, presto, palavras fazer.
E foi com elas que cantou
o ciúme de Salustiano;
a dor do boi no carro decano
(jungidos na vida, ano após ano).
E foi com elas que pariu
Diadorim e Riobaldo,
cujo "L" secou o rio e impediu o bardo.
Enquanto carregava a primeira, o duro fardo
de viver num corpo errado.
E é tal o tal Drº João,
que salta do papel
a Vereda do Grande Sertão.
Tal e qual a marra do peão
que escora o boi bravo como o Cão.
Boi que se rechaça
num depois de farinha e cachaça.
Toma carne e forma a mulher que cheira
saudade, amor e flor de laranjeira.
E tanto se caminha nessas letras
que se sabe que as noites não são pretas.
Sente-se a Lua Cheia,
a terra de "à meia"
e o bruto desejo que tudo incendeia.
E mais se vai, no lombo do Burro Pedrês.
Cruza-se o muro chinês
sem que se dispa o paletó xadrez.
Tanta viagens, Guimarães.
Dores, amores e quase carinhos de mães.
Tantos caminhos, Mestre, que só se pode pensar
em qual caneta "Vosmicê" foi viajar.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2030 leituras
Add comment
other contents of fabiovillela
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | Serenidades | 0 | 1.109 | 07/29/2015 - 14:57 | Português | |
Prosas/Outros | RIGOLETTO, Verdi - Óperas, guia para iniciantes. | 0 | 1.627 | 08/04/2015 - 20:49 | Português | |
Poesia/Geral | A Canção de Hiroshima | 0 | 1.002 | 08/05/2015 - 20:11 | Português | |
Poesia/Tristeza | Atos | 0 | 1.121 | 08/11/2015 - 15:41 | Português | |
Prosas/Outros | ORFEU e EURÍDICE, Hydn - Óperas, guia para iniciantes - Ensaio completo | 0 | 922 | 08/14/2015 - 01:24 | Português | |
Prosas/Outros | ALCESTE, Gluck - Óperas, guia para iniciantes | 0 | 1.017 | 08/14/2015 - 14:26 | Português | |
Prosas/Outros | TURANDOT, Puccini - Óperas, guia para iniciantes | 0 | 625 | 08/21/2015 - 00:43 | Português | |
Poesia/Dedicado | A Canção de Roma | 0 | 698 | 08/23/2015 - 17:37 | Português | |
Prosas/Outros | OTELO, Verdi - Óperas, guia para iniciantes. | 0 | 804 | 08/24/2015 - 21:14 | Português | |
Prosas/Outros | NORMA, Bellini - Óperas, guia para iniciantes | 0 | 1.063 | 08/27/2015 - 21:27 | Português | |
Prosas/Outros | DR. FAUSTO, Gounod - Óperas, guia para iniciantes | 0 | 798 | 09/01/2015 - 14:37 | Português | |
Prosas/Outros | FIDÉLIO, Beethoven - Óperas, guia para iniciantes | 0 | 1.217 | 09/03/2015 - 14:36 | Português | |
Poesia/Tristeza | O Menino Morto | 0 | 963 | 09/03/2015 - 15:23 | Português | |
Prosas/Outros | ORLANDO FURIOSO, Vivaldi - Óperas, guia para iniciantes | 0 | 720 | 09/10/2015 - 21:39 | Português | |
Poesia/Geral | Húngara | 0 | 1.037 | 09/12/2015 - 17:07 | Português | |
Prosas/Outros | AS BODAS DE FÍGARO - Óperas, guia para iniciantes. | 0 | 1.288 | 09/18/2015 - 01:10 | Português | |
Poesia/Tristeza | A Canção de Budapeste | 0 | 1.260 | 09/18/2015 - 15:13 | Português | |
Poesia/Amor | A Inquietude | 0 | 1.091 | 09/20/2015 - 16:44 | Português | |
Poesia/Amor | Crepúsculo | 0 | 1.067 | 10/08/2015 - 15:23 | Português | |
Poesia/Dedicado | As Cores de Frida | 0 | 1.023 | 10/12/2015 - 16:24 | Português | |
Poesia/Dedicado | Mestres | 0 | 833 | 10/15/2015 - 14:24 | Português | |
Prosas/Outros | Lula, Dilma, Cunha e a "Banalidade do Mal" | 0 | 797 | 10/22/2015 - 00:32 | Português | |
Poesia/Tristeza | A Atriz | 0 | 1.462 | 10/24/2015 - 13:37 | Português | |
Poesia/Amor | A Moça e o Luar | 0 | 841 | 11/02/2015 - 15:05 | Português | |
Poesia/Geral | Nihil | 0 | 992 | 11/05/2015 - 14:43 | Português |
Comentários
Re: João Guimarães Rosa, Ave!
"Sente-se a Lua Cheia,
a terra de "à meia"
e o bruto desejo que tudo incendeia."
:-)
Re: João Guimarães Rosa, Ave!
fabiovillela!
Lindo poema de!
Tanta viagens, Guimarães.
Dores, amores e quase carinhos de mães.
Tantos caminhos, Mestre, que só se pode pensar
em qual caneta "Vosmicê" foi viajar.
Marne
Re: João Guimarães Rosa, Ave!
"Toma carne e forma a mulher que cheira
saudade, amor e flor de laranjeira.
"
mto bom ;-)