Mais do que aparenta

Tenho dentro de mim mais do que sangue.
Meu corpo é embalado de dúvidas a serem esclarecidas,
Princípios que se mantêm e fazem-me graúda
E coberturas agridoce de vários tipos consoante o momento.

Não despejo nem dou essa opção
A ideias que fazem de mim o que sou!
Apenas miúda, uma tola envergonhada,
Riqueza cobiçada e desprezada.
Envolvida no apetite ardente de sentir
Revelado pelos impulsos contínuos!

Há mais em mim que ossos.
Sou o anjo que salva muita gente
Noutras acabo demónio das suas vidas.
Continuo a miúda, continuo a mesma tola envergonhada
Que se safa ás custas de si própria
E acaba por vezes a agir contra a sua vontade.

Há mais em mim que neurónios.
Manuseada pelo coração
Sou quase fantoche.
Livro-me dele pelo senso comum que equilibra as forças
E, continuo a mesma miúda, mantem-se a tola envergonhada
Que ama quem deseja amar,
Que se sujeita às facadas quando sabe que está correcta,
Que se orienta pelos sentidos apurados
E mantêm-se fiel aos princípios que de sempre cultivou.