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A (in)justa causa
me dará, por vencida,
a questão que palpita
em meu peito amargo.

Tudo corre,
indo com a correnteza,
ao sabor do tempo,
posto que é dorido
tomar o timão!

Ando à deriva em águas estranhas.
Do que busco, nada vejo.
Tudo é horizonte.
Mar imenso.
Céu e mistério.

Será mar ou fornalha?
Cá desvanecem-se as ilusões,
os desejos perdem cores,
apagam-se os sonhos
e a razão embrutece!

No silêncio ermado,
nada se escuta,
senão os ventos
murmurando
língua inacessível!

Mas o corpo,
por circunstância abstinente,
sente livre a mente
e leve o coração.

O suor evaporado
é incenso elevado,
carregando os clamores
do espírito que deseja
voltar á sua pátria.

E quando elevar-se
não haverá mais causas,
tampouco questões
a serem vencidas,

nem mais o amargo
de um pétreo peito,
há muito esquecido
do jeito de amar!