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O bálsamo do fim, que não tarde, que venha a mim.
Dos tropeços que me construo em versos e vida
só queria ser aceita, bem quista, ser querida
Não queria ser a única, a profecia rúnica
o amor eterno, profundo terno de toda uma vida.
Queria apenas um singelo e belo amor cotidiano
deste que levantamos pela manhã e olhamos
por todas as manhãs que despertamos ano após ano,
avistamos e sorrimos ao ver que temos o que sonhamos.
Esse simples prazer de levantar, abrir os olhos feliz
esquecer que existe no peito profunda cicatriz
olhar ao lado um simples rosto amassado ser o mais belo,
ter a absoluta certeza de ser rainha em meu leito-castelo.
Sinto-me velha, triste cansada, já fui sonhadora, hoje amargurada
sinto-me poesia sem qualidade, sinto-me um nada na eternidade
sinto-me, sinto-me, sinto-me, quando sentirei o mundo?
sinto, pressinto, engano-me, minto-me, quando sairei do fundo?
Deste poço imundo e profundo onde aprisiono o desejo?
Quando terei da vida mais que meio beijo?
Uma sintonia inteira, não só um imaginado solfejo?
Morro um pouco a cada dia, onde está este lerdo fim?
Não vejo, apenas anseio, paciente resignada
o grande dia que absolutamente, materialmente serei nada.
Isto que sinto não é esperança nem desejo
é apenas saudade do que não vivo nem vejo
apenas sudorese poética que porejo, insana
apenas um grito louco, rouco de uma alma, humana.
Levem-me, dias, para longe daqui,
se baterem à porta digam que morri,
deixem-me só, não estou mais aqui,
deixem-me virar pó, já faleci!!!
Sou letra morta, desgastada, amassada, jogada suja atrás da porta,
sou letra morta por febre porca que alucina e tira o ar,
sou letra morta desistindo de amar.
Sou letra morta à deriva de teu mar.
Sou letra morta esperando meu fim chegar,
e depois dele serei letra morta que ninguém irá lembrar...
Sou letra morta, ímpar sem par...
sou letra morta, sílabas e mais sílabas sem falar
sou letra morta, covarde sem coragem para se suicidar...
Lembro Florbela, Miakowski, Mário de Sá carneiro, que delírio derradeiro viver a sofrer por de letras não ter-se tudo para viver, mas morreram pois sabiam que em letras iriam sobreviver, eu não corro este perigo, pois frágil é meu abrigo (de letras) e parcas são minhas vestes pretas, brilhantes, com gotas do orvalho das madrugadas vazias, sonhadas em poesias nunca lidas nem comentadas... Enterro-me em meu jazigo de letras com meu papel mortalha, por morta já estou e minha escrita falha.
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Comentários
Re: O bálsamo do fim, que não tarde, que venha a mim.
Que triste... :-(
Mas belo!
Pelo menos que essas tristezas sirvam para escrever assim desta maneira tão fantastica! Com esta garra e esta força...
Adorei!
Beijinho com carinho...
Re: O bálsamo do fim, que não tarde, que venha a mim.
Ana,
Os momentos de tristeza e devaneio devem nos servir de degraus para o cresciemnto e o aprendizado... Ninguém é letra morta... talvez adormecida pela vida... Mas, que pode acordar e fazer uma reviravolta...
Triste...mas profundo...
BJs :-)
Re: O bálsamo do fim, que não tarde, que venha a mim.
Um belo e triste poema.
Mas a tristeza faz perte da poesia (posia, para ser boa, tem que ter tristeza - Vinicius de Morais).
Grande abraço,
REF
Re: O bálsamo do fim, que não tarde, que venha a mim.
analyra!
LINDO POEMA, LINDO DESABAFO POÉTICO!
Meus parabéns,
Marne