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Perda instantânea da razão (I)

Não sou nada, sou talvez, personagem de um drama
Sem vida, sem morte consumada, talvez um ideal.
Qualquer coisa que sou simples, trivial…
Sombra que não tenho no chão que não sinto.

De que me serve ostentar o mundo que desconheço?
Mato-me e finalmente, num fado, o conheço….
Fazes falta!? Coisa que sou e a que chamam gente!
Não faço falta, sou um componente… do nada.
A morte é isto que depois de consumada nada surge aos outros.

Depois, lentamente esqueces-te
Só és lembrado em duas datas, aniversariante:
Quando faz anos que nasceste, quando que morreste
Mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Não tenho piedade ou receios da vida em mim,
Que piedade ou receios tem esta morte, assim…
Caio no ridículo do que sou
E vejo que nenhuma importância me tocou.
E não vi o banal, pensava que era o universo!
Se és assim, os outros não serão também como esse verso?

Intangível do meu passado, o inalterável, esse é que jaz
Isso é que me repulsa além dos Deuses.
Ainda bem, pois se não fosse, seriam também outros os meses
E levar para a morte os sonhos, a lembrança e a paz

Mas também não levar nada, isso sim é que jaz
Enterrado neste coração doente para os séculos dos séculos
Como desertos, porque nada surge só jaz…
Não tirei lucro da vida e a morte é também um deserto.

Ínfima é a vida, que não vale a pena havê-la
Para evitar todo o universo.
Vem devagar, amanhã, que eu não sinta realidade.
Acabemos com isto agora!
Adiando o futuro da trivialidade
Mal vale não ser, do que assim havê-la!

- Sim, eu mesmo como fim de tudo,
Espécie de nada ou nada de um espécie
Ou talvez subúrbios irregulares da minha imaginação.
Eu mesmo que sou eu!!!
De me ter abandonado por aí, não sei onde
Para ser descoberto por quem não sei
E ser simultaneamente, lembrança de um horizonte infinito
Como um sonho de uma lembrança no esquecimento.
Que talvez haja um eu melhor que eu
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo!

Não há alternativa, sou eu!
Pronto, se ao menos enlouquecesse!
Mas não é assim: é este ser que
Isto que quase
Aquilo que talvez….
Não sei o quê, Isto!!!

Um louco é ao menos um louco
E eu sou um louco que ninguém me vê como louco
(que estalasse, deveras este meu coração doente)
Sou triste por não vos ser somente
Este nada que consome as entranhas e dói.

Fadiga, acho que é isso.
Isso mesmo, nada mais que fadiga.

Esta delicadeza das minhas emoções inúteis
Amores violentos por nada
Raivas violentas por suposto em nada.
Essas e mais coisas que eternamente terei.
Esta brutal fadiga…
Desloco-me lentamente, distante de mim
E sinto uma divergência abismal
Do que sou para onde vou
E é essa divergência que é a realidade
De que já não há nada para esperar.

Falem lentamente
Que eu não os possa ouvir, só com o pensamento, talvez
E a minha alma é um precipício do destino
Compreender o vácuo da minha existência
De agora saber que não há nada, nem solidão.

Defronte esta realidade, esta que é a lenda
Esta singular lenda, terrível de que possa haver realidade
Horrível ente que é não ser
Este fosso onde há outros fossos ainda fundos
De ser assim só por ser…

Então, não faço caso?
Tudo em que pego são lendas menores que a morte ou a vida?
Escrevo por necessidade de nada escrever.
A esperança, essa inundou a minha visão aleatória.
Também houve que me contasse uma história.
Cai no ridículo que sou
A risada da queda é para onde vou
Como nunca gostei de nada em mim
Eu que me aguente assim.

Quero ter tudo, para não ter nada
E quero trazer o universo em mim!
Mais distante serei a Deus,
Sou obrigado ao equilíbrio assim
Ser o meu corpo e braços meus
Sem sair do que sou. Nada

Finalmente, já está
Tenho a insanidade mental em mim.

Nota de autor:

Escrito numa fase da vida, na qual atravessei os corredores da insanidade mental e os labirintos infinitos da minha consciência.

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terça-feira, agosto 19, 2008 - 15:30

Poesia :

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archangel

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Comentários

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Re: Perda instantânea da razão (I)

Um poema com arte, razão e sentimento!!!

:-)

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