Presa ao fatalismo...

Qual sunambula quando me perco nos teus cabelos...
Lucida me encontro na loucura do teu beijo...
Ora doce, ora frio, ora quente entre suspiros de arrependimento... e se me olhas arrepio-me, medo do tal ultimo olhar...
Daquele que sei que cairá sobre mim como praga que tudo devasta, apodrece e encolhe... enruga e denegride...
No escuro do meu quarto o unico brilho é o do teu sorriso, da ilusão do existir pois dele já nem vestigios...
Relembro-me com revolta da força com que me agarravas e da forma violenta como me algemavas aos teus pulsos, ao teu mundo negro, plácido e tenebroso... sustinha a respiração e fechava os olhos na esperança estupida de um abraço sentido que pusesse fim a todo aquele alvoroço que fazia meu coração timbrar e todo o meu ser se contorcer em gritos mudos de dor dilacerada!