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Regresso às Origens
Marta, estava deliciada com a sua menina,
Havia perdido um filho e por isso decidira a ela, dedicar a sua vida,
Já não se importava, tão pouco, quando o seu marido, ia para a jogatina,
Pois, passava o tempo todo com a sua filha, entretida.
Havia decidido criar a sua cria, fora daquela agitação,
A cidade tinha se tornado núcleo de uma forte evolução.
Os carros desfilavam na rua, potentes, roncosos, sonoros demais,
As pessoas agitavam os seus esqueletos de um lado para o outro, cheias de pressa,
Ora, era para o emprego, trabalho, casa, ou até mesmo eventos sociais,
Pareciam baratas tontas ou formigas tarefeiras, andavam todos depressa.
Não queria aquela confusão para a sua pequena,
Tinha saudades das suas origens, da sua terra, da sua casa verdadeira,
Queria sair dali, daquela casa, mesmo tendo muita pena,
E, que até Américo, achava a decisão dela, uma perfeita doideira.
Mesmo assim, foi embora,
Pegou na filha e partiu rumo à aldeia, de onde ela, nunca devia ter saído,
Pegou em meia dúzia de tarecos e roupas, e foi porta fora,
Nem sequer olhando para trás, como se tivesse, há muito tempo, ido.
À sua espera, tinha Maria, a sua cunhada estimada,
Entusiasmada, com a sua decisão, pois tinha ela também, uma vida sozinha,
Havia tempo, que Jacinto, não aparecia, e não a fazia sentir, sequer amada,
Havia tempo, que estava ali perdida na escuridão, calada, quietinha...
Com a vinda delas, ao menos, estaria acompanhada e protegida,
Também ela, com a morte da avó, havia sofrido,
Não, pela companhia, mas pela maneira que ela, a mantinha presa à vida...
Se não fosse por ela, muitas vezes, àquela solidão, não teria sobrevivido.
Agora e outra vez, tinha ganho alento para viver,
Tudo seria diferente, com a vinda desta criança,
A casa estaria viva outra vez, com ela de um lado para o outro, a correr,
Afinal, e para ela, haveria esperança.
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