In Senso

Tom grave que pretende fazer-se ouvir
Breve murmúrio que o vento cúmplice já dispersou
E nessa taça de vinho transparente maduro sabendo a fruta se manifesta o néctar divino
Fazendo prova despejas o líquido sobre a cama desfeita em odores tardios
Quadros há muito pintados abandonam a parede nua
Desapego iniciado no interior de um recipiente inóspito
Figura projetada pela pura ausência de senso
O teu olhar segue os carris brilhantes penetrando calçadas gastas pela passagem da infinita existência
Desces ao topo dessa pirâmide procurando a visão de todos os ângulos
Tudo te surpreende
Observas os gestos articulados em movimentos dramáticos contrastando com a luz que se expande pelo horizonte recortado em linhas verticais
Arquiteturas inspiradas pelo dom
Sentidos que se cruzam e reconhecem
Consciência de atos alienados ou sentimentos repletos de enfase
Voltaste á inocência
Emerges
Tudo se revela apenas parcialmente no teu mínimo entendimento
Sabes agora que o tempo passado foi apenas introdução a este início
És ainda verbo indefinido
Esboço de um elemento por construir
Avanças
Em campo aberto
Absorvendo o impulso que te gerou