Sukka

Num dia qualquer,
após tantos dias vividos.
Vívido meu olhar sequer,
captou de maya os chamamentos sólidos.

Sórdidos, o bramido pulsou,
de meu coração oceânico.
Quem? Aquém, sagaz,
Sempre aqui nunca além.

Cansado de procurar-te,
ó alma gêmea ocultada,
no mar acadêmico
ou na ignorância atada.

Existe um silêncio, calmo,
puro, que não é o silêncio da ausência de som.
Cálamo, acolhedor semelhante ao Pranava Om,
Simétrico tom.

Não vem com a leitura de livros,
Nem repetido de tradições de pudor,
vem solitário, tão só como um ladrão
e rouba repentinamente toda a vida do buscador.

Semelhante ao próprio relance do relâmpago,
semelhante à montanha encantada,
fogo de um segundo,
porta da eternidade.

Te chamo de amor,
te clamo de dor,
te converto em flor,
te amo como for.

Samadhi, eterno porvir.
Dukka fostes chamado,
te chamarei de Sukka,
glorioso estado.