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“LIVRÉNIO” (Parte 3/1)


(António dos Antónimos)

 

Continuação:

 

Assim, a Musa, não me largava, enquanto não esvaziasse toda a comoção; mas eu, ainda nem tinha começado e já ela se espojava por todo o lado, apontando as árvores, nuas e magras. Mas, como lho digo: Eu não tinha culpa alguma da deficiência das palavras corridas, numa estirada de açoites abocanhados à gargalhada. Tinha toda a casa, para arrumar a cabeça cheia do nada, que, espalhava aos pés da Musa, que reclamava o raio do tesão.
- Espera! Se quiseres. Se não quiseres: O problema é teu! Porque, eu: Também já estou a ficar farto da tua prontidão... Vai: Desaparece. Deixa-me viver uma vida normal, sem ter-te, dependurada a todo o momento, na minha mão. Vai! Vai com o raio que ta parta… Procura outro! Porque será que tenha que ser sempre eu a apanhar contigo: Lamuriosa. Enjoativa. Pois te digo: Também tenho direito ao prólogo e não faz parte de mim, espalhar a minha vida passada de forma que pareça um sermão.
- Calei-me, bastante cerrado; tanto que, os dentes ficaram agarrados ao pedaço do presunto cru; que ainda não tinha sido salgado e, muito menos amputado… Sim. Um sal de tempero; mas, percebi que não me parava e, toda aquela água era vertida pelo meu coração.

Aqui, experimento a Paternidade de mais um filho, que, em minhas tormentas padeço ao destino; de ficar Patino, sobre a carne do meu sangue, que ao longo da ventura, acontece caminhar uma calçada onde meu sémen se torna estéril, sem terra que se assente para plantar a semente, nem vaso que Mundo tenha, mesmo que de flor murcha se mostrasse… Acredito; mas, não vejo encontrar. Tarde me casou; para que o Homem morresse acompanhado; tarde, em tempo suficiente; que, irada, a virilidade me acompanha, em Esposa seca; com tempo avançada. Não preciso juramento além do único que, - obrigado - fora prometido à Pátria sobre o agitar da Bandeira, com seu sangue… (Também a mim, por direito, desse: Em meu derramado) manchado.
“QUE O ABRAÇO CONTEMPLE” seria o meu infantário; como uma muralha de rimas e sonetos, iniciado logo depois do princípio das bofetadas às refeições e das divisões ditadas, bem novo, - fora do normal – ainda um pouco próximo da amamentação; que me lembre: Fui encontrar-me numa viaje ancestral, desde o meio da idade até ao ventre da minha Mãe querida, de onde, já saíra prematuro e drogado; da medicação exagerada, onde a vida, por força, foi tomada; sei que, ainda, um pouco mais de feto tivera morrido a vida que ainda mal começara. Acredito que “Deus” estava com as duas mãos segurando um filho que lhe escorregava para debaixo da unha mais curta e muito louvada: Puxara para mim, a cadeira do estigma, como saído de um catálogo, meio mondado e completamente despido; “Meu Pai, compra para mim as primeiras roupas e minha Mãe, com sua malha da dor, tricotara, à mão, a cobertura dos meus pés descalços.” Não que eu goste de especular, mas, é a rima do destino que procura da Musa tirar em mim, a trave dos meus olhos; atravessada por uma galharda discreta, que, sem formosura de narração cultivo, estéril, com má rega na semente terceira de oito flores no vaso do Céu, pela “Varoa” de meu Pai: “Varão”. Longe de mim, imaginar ou contar desavenças que, mesmo ainda encubado, poderia ter sido mastigado primeiro, que depois, em segundo, chegaria o entendimento. Porque desejo que não seja ignorado o lugar do nascimento aos olhos do caríssimo leitor, em seu direito e por conseguinte, que lê estas palavras, confortado no seu lar, ou, sentado; de pé, ou, que digo, sem a obrigação do tempo livre e desocupado, que tudo isenta em mim esse grande contentamento junto com a pobreza da terra rica e esfomeada; que, por esta altura já tenha sugado a minha carne e eu seja de cá, um pedaço de água que se lavou na antiguidade - com antologia – e somente sobe ao céu para voltar à terra e dar de beber à carne. Que, enquanto… Por agora, com vida; com carne que come e bebe e ferve: já não vejo as coisas simples como valores materiais, mas sim como pequenos milagres, maravilhosos, oferecidos pela vida; que, milagre… Digo: Acredito que milagre seria se não houvesse milagres. Porque a própria humanidade é o milagre; tanto que: A carne cura a própria ferida.

Agora: Outros, filhos do mesmo Pai, vão falando a história da minha vida, afeiçoada e miserável ao tempo que, em casa, tenho a estante carregada de toda uma escrita. Pois que vivo preso por um estigma que não me permite editar; não que eu não o queira com todas as minhas forças, mas porque é assim que ele acontece: devido ao desenvolvimento da minha literatura criada pela Musa que me aprisiona, a qual nunca tenha cultivado ou, se cultivo é por amor à caneta e à viagem que me liberta anestesiado das agonias que afrontam o século pelo caminho da humanidade. Não. Não pensem, como assim o pede, a Musa, minha, sem agudezas ou dinares; não pensem que gosto dos carros ou das estradas, ou até como razão culpada, principal, as leis do Homem normal. Não… Acontece que gosto das flores e por vezes até sou uma delas; que, a humanidade não me compreende dessa forma silenciosa: Cheia de beleza e animosidade. Assim… Como vinha entretendo a direcção aprazível, queria muito, com toda a vontade poder sobreviver da escrita; uma vez que única ocupação, que trabalho nas minhas… Qualquer que fosse o oficio: Era um Mestre dedicado, mas, (o problema era o mas, sempre o “mas” para interromper a minha vida) a minha paixão; Vivia num passado longínquo, submetido a uma caverna chamada sótão, que não aceitava a evolução; não da forma gananciosa como o Homem a desenvolvia, que, o caríssimo leitor compreenderá por certo, por esta altura os seres já vivem enterrados nos seus túmulos vivos sem a fluorescência das plantas terrestres, agarrados a um Mundo virtual cheio de contaminações. Bem… Quero apenas especular, porque se assim acontece é a evolução aperfeiçoada ao vigésimo primeiro século que caminha para o brilho da destruição das nossas árvores; mas não importa; pois que agora conta apenas uma vida que é a deste filho que dá bem mais preocupação que os verdadeiros filhos da carne, da reprodução das raças insinuadas que têm que voltar sempre ao princípio onde o Homem não tinha outra salvação ou desenvolvimento suficiente para abrir os olhos e reparar que andava a derramar o sangue dos seus irmãos por uma conquista sem nome; que acabará por ir dar de comer há terra e, outros virão para fazer o contrário, como uma bola de ping-pong, que vai para lá e volta para cá empurrada por um passatempo desportista.

A Musa acorda parindo o descontentamento e eu fico adormecido, perdendo o meu sangue com um outro qualquer contentamento. Porém, eu, que ainda nem tal pareço, peço, novamente uma desculpa, como se isso fosse coisa que se devesse pedir quando o esforço não compensa a fadiga. Aqui nasce o embaraço e a ligeira impressão da minha natural insuficiência, que me encoraja a não desistir da vida; porque me sinto bem capaz de sonhar sem que para isso precise de boleia, para abrir a inspiração que, também não se inspira em nada, apenas me deixa submerso na causa; que a Musa pede para encontrar a libertação da palavra, sem os acanhos do pensamento, ou os modos escolhidos nas letras caras com a pretensão de impressionar, ou, aculturar alguma fachada de dificuldades maiores; Talvez que assim pudesse estabelecer uma forma desentendida, como algo erudito, ou eloquente.

CONTINUA

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domingo, abril 10, 2011 - 02:12

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