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BOCAGE: O POETA CONTRA A HIPOCRISIA

Paulo Monteiro (*)

O dia 21 de dezembro de 2005 deveria ser uma das datas mais significativas para toda a literatura da Língua Portuguesa, neste começo de milênio. Todos nós, que amamos a literatura e a língua de Camões deveríamos estar reunidos para lembrar a passagem dos duzentos anos da morte do maior sonetista – e um dos mais representativos poetas – de nossa língua. Entretanto, será um dia triste, pois a censura e as trevas medievais ainda acompanham a vida e principalmente a obra de Manoel Maria Barbosa du Bocage.
Em Portugal, o próprio ministério responsável pela Educação, impõe limites a que o poeta seja lido nas escolas. Isso é inadmissível num país civilizado, em pleno Século XXI. Há motivos históricos para isso. E Bocage paga muito caro por, ao mesmo tempo em que realizou uma das obras poéticas da melhor qualidade, tocar nos pontos profundos da formação portuguesa que interferiram, e continuam interferindo, na vida nacional dos países criados pelo imenso império colonial lusitano.
Bocage nasceu em Setúbal no dia 7 de setembro de 1766. Aos 10 anos perdeu a mãe. Aos 16 ingressa no Regimento de Infantaria de Setúbal. Deserta e foge de casa, acompanhado do irmão Gil Francisco. Mais tarde muda-se para Lisboa, entrando para a Companhia dos Guardas-Marinhas, incorporada na Academia Real da Marinha. Une-se à boêmia literária lisboeta, destacando-se como improvisador. Mais uma vez deserta. Passa a viver ao deus-dará, embriagando-se e recebendo o aplauso e a admiração de poetas como Filinto Elísio e Marquesa de Alorna.
Deixa-nos, dessa época, um retrato dele próprio, que, no aspecto físico, pouco difere do quadro que dele nos ficou.
Magro, de olhos azuis, carão moreno
Bem servido de pés, meão de altura,
Triste de facha, o mesmo de figura
Nariz alto no meio e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno;
Mais propenso ao furo do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Trata-se da versão “séria”, existindo uma outra, “clandestina”, a exemplo que ocorre com muitos poemas bocageanos.
Acaba retornando à Marinha, talvez motivado pela paixão por Gertrúria, nome poético de Gertrudes. Há duas delas conhecidas. Uma casou com seu irmão Gil Francisco e que segundo alguns biógrafos seria o grande amor – e ainda maior desilusão amorosa – do poeta.
Ao partir para o Oriente se despede com versos como estes:
Deixar, amado bem, teu rosto lindo,
Teus afagos deixar, tua candura,
Tanto me oprime, que da Morte escura,
Sobre mim negras sombras vêm caindo.

Eu parto, e vou teu nome repetindo,
Porque dê desafogo à mágoa dura;
Meus tristes ais, suspiros de amargura,
Aquém dos mares ficarás ouvindo.

Mas se me cercam no cruel transporte
Quantas fúrias o Báratro vomita,
Se meu mal é pior que a mesma Morte,

O Fado em me aterrar em vão cogita!
Com todo o seu poder não pode a Sorte
Tua imagem riscar desta alma aflita!
Sua admiração pela obra de Camões também deve ter contribuído para esse retorno à marinha e pela “aventura no oriente”.
Ele mesmo o confessa num soneto famoso:
Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co’o sacrílego gigante;

Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.

Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.

Modelo meu tu é, mas... oh! tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Antes de chegar à Índia passa pelo Rio de Janeiro, precedido pela fama literária. Conta-se que, durante um sarau, um espectador dotado de privilegiada memória resolveu aprontar uma peça para o poeta. Bocage improvisou um poema e o gaiato berrou: “Isso é um roubo. Esse poema é meu”. E repetiu todos os versos. Novo improviso e nova denúncia de fraude. Ao final da terceira ou quarta "fraude", Bocage não resistiu. Abraçou o gozador. O final da história fica por conta da imaginação: devem ter acabado comemorando o encontro com um porre homérico.
Em Damão deserta. Há documentos de que era um militar responsável. A notícia de que Gertrudes o trocara por outro deve ter contribuído para a deserção. Torna-se andarilho. Imortaliza a infelicidade amorosa em belos versos líricos.
Do Mandovi na margem reclinado,
Chorei debalde minha negra sina,
Qual o mísero vate de Corina
Nas tomitanas praias desterrado.

Mais duro fez ali meu duro fado
Da vil Calúnia a língua viperina;
Até aos mares da longínqua China
Fui por bravos tufões arremessado.

Atassalou-me a serpe que devora
Tantos mil; perseguiu-me o grão gigante
Que no terrível promontório mora.

Por bárbaros sertões gemi, vagante;
Falta-me inda o pior, falta-me agora
Ver Gertrúria nos braços de outro amante!
E o ainda pior. Esse amante seria o próprio irmão Gil Francisco, que casaria com a Gertrúria.
Na Índia encontra nativos e mestiços querendo ser brancos, europeus. Isso lhe revolta. Vinga-se nalgumas das mais ásperas e atualíssimas sátiras da língua, como esta:
Das terras a pior tu és, ó Goa,
Tu pareces mais ermo que cidade,
Mas alojas em ti maior vaidade
Que Londres, que Paris ou que Lisboa.

A chusma de teus íncolas pregoa
Que excede o Grão Senhor na qualidade;
Tudo quer senhoria; o próprio frade
Alega, para tê-la, o jus da c’roa!

De timbres prenhe estás; mas oiro e prata
Em cruzes, com que dantes te benzias,
Foge a teus infanções de bolsa chata.

Oh! que feliz e esplêndida serias,
Se algum fusco Merlim, que faz bagata,
Te alborcasse a pardaus as senhorias!
Essa consciência de que os moradores das “colônias” eram diferentes dos metropolitanos é interpretada por leitores apressados como racismo. Bocage viu a artificialidade da cultura mestiça, ou melhor, a inconsciência dessa mestiçagem.
Daí é que ao retornar a Portugal satirizará o mulato brasileiro, padre Domingos Caldas Barbosa. Este, sim, racista, pois não se aceitava como realmente era, brasileiro e mulato.
Lembrou-se no Brasil bruxa insolente
De armar ao pobre mundo estranha peta;
Procura um mono, que infernal careta
Lhe faz de longe, e lhe arranha o dente.

Pilhando-o por mercê do Averno ardente,
Conserva-lhe as feições na face preta;
Corta-lhe a cauda, veste-o de roupeta,
E os guinchos lhe converte em voz de gente.

Deixa-lhe os calos, deixa-lhe a catinga;
Eis entre os Lusos o animal sem rabo
Prole se aclama da rainha Ginga;

Dos versistas se diz modelo e cabo;
A sua alta ciência é a mandinga,
O seu benigno Apolo é o Diabo.
Duzentos e tantos anos depois, nós, aqui do Brasil, podemos assistir pela televisão outros “descendentes da rainha Ginga”, muitas vezes investidos de cargos oficiais e pagos com dinheiro dos cofres públicos, fazendo suas “macaquices” na Europa... E não podem vir a Passo Fundo participar da Jornada Nacional de Literatura...
De volta a Portugal, curtindo sua desilusão amorosa, continua a vida boêmia. Sob o nome de Elmano Sadino, ingressa na Academia de Belas Letras, mais conhecida como Nova Arcádia. Aumenta o seu reconhecimento público. Ciente de seu próprio valor literário acaba se atritando com meio mundo. É lido e aplaudido. Recebe críticas violentas. Responde à altura.
É excluído da Academia e vinga-se dos ex-confrades. Muitos dos quais, hoje, são apenas lembrados pelos versos que Bocage lhes dedicou.
Vós, ó Franças, Semedos, Quintanilhas,
Macedos e outras pestes condenadas;
Vós de cujas buzinas penduradas
Treme de Jove as melindrosas filhas;

Vós, néscios, que mamais das vis quadrilhas
Do baixo vulgo insossas gargalhadas,
Por versos maus, por trovas aleijadas,
De que engenhais as vossas maravalhas,

Deixai Elmano, que, inocente e honrado,
Nunca de vós se lembra, meditando
Em coisas sérias, de mais alto estado.

E se quereis, os olhos alongando,
Ei-lo! Vede-o no Pindo recostado,
De perna erguida sobre vós mijando.
As principais obras de sua autoria publicadas em vida foram: Rimas (Tomo I), em 1791; Rimas (Tomo II), em 1799; Rimas (Tomo I, 2ª edição, correta e aumentada, no ano seguinte; Poesias (Tomo III), em 1804; Improvisos de Bocage na Sua Mui Perigosa Enfermidade, em 1805. Pouco antes de sua morte foi dada a lume Colecção dos Novos Improvisos de Bocage na Sua Moléstia.
A consagração do poeta, a sua consciência do próprio valor e a coragem no cantar todos – mas todos, mesmo – os temas pessoais e coletivos, levaram-no a enfrentar problemas com a censura, que culminaram com seu encarceramento em prisões do Estado e da Inquisição entre 10 de agosto de 1797 e 17 de fevereiro do ano seguinte.
Não perdoa ninguém. Nem mesmo o clero. Ataca os padres em termos violentos, inclusive sobre a pederastia dos mesmos. Esses versos fazem parte de um volume publicado postumamente, sob o título de Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas. Muitas dessas poesias são apócrifas.
Sirva de exemplo este em que denuncia o desrespeito ao celibato sacerdotal:
Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta;

No púlpito um Domingo se apresenta;
Prega nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o grão sussurro
O dique das asneiras arrebenta.

Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados;

“Não (diz uma) tu, padre, não me engodas;
Sempre me há de lembrar por meus pecados
A noite em que me deste nove fodas!”
Bocage criticava padres, mas era visceralmente católico. Muitos de seus poemas estão carregados de um profundo catolicismo. Marianista extremado e antiprotestante, ele, que somente no altar amava os frades, foi sepultado na Igreja das Mercês, em Lisboa.
O poeta setubalense influenciaria os satíricos da “Belle Époque”. Olavo Bilac era seu admirador confesso. Entre fins do século XIX e começos do século XX foram comuns os epitáfios em versos. Eis o autoepitáfio burlesco de Bocage:
Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia – o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade;

Não quero funeral comunidade,
Que engrole “sub-venites” em voz alta;
Pingados gatarrões, gente da malta,
Eu também vos dispenso a caridade;

Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:

“Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro”.
Quase morrendo ditou a seu amigo Morgado de Assentiz, um dos sonetos mais densamente humanos conhecidos, verdadeiro “confiteor”, que anda pelas melhores antologias da língua lusitana.
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:

“Outro Aretino fui... A santidade
Manchei... Oh! Se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na Eternidade!
Como tantos outros grandes artistas, Manoel Maria Barbosa du Bocage terminou seus dias na mais absoluta pobreza, realizando traduções para sobreviver. E como eles, também, teve a seu lado bons e dedicados amigos. Ficou mais conhecido pelas piadas que lhe são atribuídas porque foi um poeta que viveu intensamente sua época e por isso é transcendental.
Duzentos anos depois de sua morte a temática desenvolvida por ele continua atual. Por isso, também, segue perseguido e censurado. Verdadeiro poeta maldito. Maldito pelos hipócritas e fariseus. Censurado por aqueles que sempre satirizou e que são os responsáveis maiores por todos os problemas daquele tempo e que praticamente não mudaram.
Ler Bocage, comentar Bocage, exigir a anistia para Bocage devem ser imperativos de honra para todos nós, os herdeiros da língua em que ele poetou, enriquecendo com seus versos.
(*) Paulo Monteiro pertence a diversas entidades culturais do Brasil e do exterior. Tem centenas de artigos e ensaios publicados sobre temas históricos e literários.

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segunda-feira, setembro 21, 2009 - 00:46

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PauloMonteiro

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Comentários

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Ora aí está um belo trabalho

Ora aí está um belo trabalho biográfico!
Pessoalmente acho o Bocage o melhor sonetista da língua portuguesa
e quer no romantismo, quer no drama, quer na sátira,
ele foi simplesMente ímpar.

Por tudo isso ele devia ser levado muito a sério
tanto mais que muitas das questões que o revoltavam
continuam bem vivos a minar a vida de todos nós,
como a opulência desproporcionada, a hipocrisia e a
falsidade dos mais poderosos.

Um grande abraç0o!

_Abilio

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Resposta

Prezado Amigo:
Concordo contigo.
Bocage é o melhor sonetista da Língua Portuguesa.
Eu, de minha parte, não me canso de reler os seus sonetos.
Recomendo-te a leitura de outro grande sonetista, o brasileiro Cruz e Souza, considerado por muitos o mais representativo simbolista de nossa Língua. E até um dos maiores simbolistas do mundo.
Bocage continuará atual enquanto existirem motivos para nos indigarmos com as práticas humanas e admirado por tantos quantos, como nós dois, não perdemos a maior das condições que nos fazem seres humanos: a capacidade de ingnação.
Um grande, fraterno e agradecido abraço do
Paulo Monteiro

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