CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Desenhos por me chamar cobarde
A chuva caía incessantemente, desenhando círculos concêntricos na calçada de granito. O petróleo nos lampiões teimava em arder, dando uma luz baça à rua dos sonhos perdidos. A maledicência humana feita gente tombou, nua, no frio da madrugada outonal. Um buraco no céu cor de chumbo abriu-se, e direccionou-a para onde sempre quis estar.
Entre o previsível anoitecer das almas conformadas.
Ao erguer-se, deixou transparecer uma inapta e longa cabeleira ruiva, que assentava irregularmente em ombros magros e fracos. Limpou a poeira da solidão que lhe cobria os olhos, e rodou o pescoço até onde a anatomia o permitiu. Era um espaço deserto o que se preparava para conquistar.
O vento trombetava o hino da vitória, e as luzes trémulas da parca iluminação pública deram-lhe o embalo que precisou para a procura da capitulação.
Ao primeiro passo confiante, seguiu-se um segundo desconfiado. A terceira etapa da rota do sucesso, foi ferida com a machadada da incerteza.
Um corpo desceu de uma escadaria íngreme e derrotada da batalha com o tempo.
Abstraído de vestes, soluçava rezas incompreensíveis que ganhavam estridência, compassadas com o ritmo da chuva que caía, decidida a empalidecer o céu de chumbo.
"Chamo-me vida, e derrotei a minha própria essência nesta rua de sonhos perdidos"
Feminina por aproximação, desapareceu em vãos passos de medo. O caminho ficou aberto, e alguém desenhou o armísticio do rápido impulso bélico que mudou o destino do mundo.
Acho que já me posso apresentar. Escreveram a palavra cobardia no documento que atestou o meu nascimento, e é meu o desenho que apreciam. Estive lá naquela noite de armagedão silencioso, e sobrevivi para contar que o homem não é quem diz ser. Julguem-no antes por aquilo que conseguem ler nas suas costas
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1373 leituras
other contents of singelo
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | Tricotado e despercebido | 2 | 832 | 08/04/2010 - 22:22 | Português | |
Poesia/Meditação | Preces num segundo | 4 | 880 | 08/04/2010 - 22:09 | Português | |
Prosas/Tristeza | Como se torna impossível amar.... | 0 | 899 | 07/14/2010 - 15:48 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Querer tanto à escrita são segundos bem passados a criar.... | 2 | 673 | 06/12/2010 - 22:05 | Português | |
Poesia/Meditação | Como encaro a crise mundial... | 1 | 545 | 04/23/2010 - 17:26 | Português | |
Poesia/Meditação | Armagedão aos poucochinhos | 1 | 705 | 03/12/2010 - 18:02 | Português | |
Poesia/Intervenção | Lerá você a falta que lhe faz? | 7 | 307 | 03/09/2010 - 02:08 | Português | |
Poesia/Desilusão | Estória de Interior | 1 | 344 | 03/07/2010 - 04:15 | Português | |
Poesia/Meditação | Pedomedos ocultos | 1 | 481 | 03/06/2010 - 03:58 | Português | |
Poesia/Fantasia | O tempo é agora | 1 | 406 | 03/06/2010 - 03:54 | Português | |
Poesia/Amor | Interjeição quando venta | 1 | 597 | 03/06/2010 - 03:45 | Português | |
Poesia/Meditação | Pessoas que amam pessoas | 1 | 607 | 03/06/2010 - 03:08 | Português | |
Poesia/Amor | Amor assim insonoro | 1 | 576 | 03/05/2010 - 23:18 | Português | |
Poesia/Meditação | Ser se | 3 | 397 | 03/05/2010 - 03:21 | Português | |
Poesia/Fantasia | Mulher de prioridades indefinidas | 1 | 446 | 03/05/2010 - 03:10 | Português | |
Poesia/Tristeza | Tele-escola | 1 | 1.108 | 03/05/2010 - 03:06 | Português | |
Poesia/Meditação | Feérico desnível | 6 | 567 | 03/05/2010 - 03:05 | Português | |
Poesia/Meditação | O alpinista | 1 | 592 | 02/27/2010 - 21:32 | Português | |
Poesia/Alegria | Rúcula e jasmim | 1 | 974 | 02/27/2010 - 19:26 | Português | |
Poesia/Meditação | à janela em dia cálido e desprendido | 1 | 769 | 02/26/2010 - 18:41 | Português | |
Poesia/Fantasia | Balada de um covarde funerário | 1 | 591 | 02/25/2010 - 23:34 | Português | |
Prosas/Outros | Sala de pânico | 1 | 477 | 02/25/2010 - 04:36 | Português | |
Prosas/Outros | Testamento | 1 | 759 | 02/25/2010 - 04:28 | Português | |
Prosas/Fábula | O pintas escatológico | 1 | 781 | 02/25/2010 - 04:28 | Português | |
Prosas/Outros | Reflexão pessoal | 1 | 724 | 02/25/2010 - 04:27 | Português |
Add comment