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Eu sei que foi você - capítulo 15

Cassandra entrou na sala de aula sem olhar para os colegas, sentou na sua carteira e ficou esperando a aula começar. 
Marcelo apareceu, cumprimentou alguns colegas, passou por Narciso como se ele fosse invisível e sentou perto de Cassandra, o que chamou a atenção de outros alunos.
-Bom dia, Cassandra.
-Bom dia, Marcelo.
Michele deu uma risadinha e disse no ouvido de uma colega:
-Quem não pode ver que os dois estão namorando?
Narciso se moeu de raiva. Um rapaz ao lado dele comentou:
-Puxa, o Marcelo virou a cara para você, Narciso.
-Marcelo é uma besta. Uma besta com mau gosto. Querer uma menina feia como a Cassandra.
-Pois eu não acho a Cassandra feia. Ela só é fechada e estranha.
-Não é novidade que ela é estranha.
-Bem, Narciso, o Marcelo vai conhecer os segredos dela, não vai?riu o colega.
-Tomara que, quando conhecer, veja que ela não vale a pena.
-Narciso, por que tanta raiva? Noto que você está quase com ódio dela!
-Não gosto dela desde que a vi!
-Ora, vamos, Narciso, a menina é estranha, mas não mexe com ninguém. E você, antes, não se incomodava com ela.
-Chega, para!
O rapaz se espantou com a reação bruta e inexplicável de Narciso e reagiu:
-Ah, vá à merda, seu bosta!foi sentar longe dele.
-Pois se afaste mesmo, seu merdinha!
Uma voz falou atrás de Narciso:
-Muito bem, Narciso, vejo que começou cedo a arrumar confusão, não foi?
O professor de Inglês, conhecido por sua cara mal-humorada, estava mais azedo do que o normal.
-Esse idiota me provocou, professor!
-Narciso, não estou com paciência para as suas palhaçadas! Você sempre provoca os outros, não presta atenção, conversa na hora da aula, não faz as tarefas e não estuda! Se quer brigar com alguém, que seja fora da escola, porque não quero separar briga de aluno! Já estou de saco cheio de ver gente vindo agui para perder tempo em vez de aproveitar as chances que tem de estudar e se fazer gente! Portanto, não venham me obrigar a ser juiz de briga!
Os alunos começaram a rir e Narciso baixou a cabeça, humilhado. O professor de Inglês tinha uma antipatia mal-disfarçada por ele, que sempre gostara de bagunçar suas aulas.
Cassandra permaneceu quieta e Marcelo lhe disse:
-Narciso sempre torra a paciência do professor.
-Melhor prestarmos atenção à aula.
Talvez porque estivesse realmente mal-humorado,o professor de Inglês abriu o livro na parte dos verbos irregulares, o que provocou resmungos de protestos.
-Ele está mesmo de cabeça quente, Cassandra. 
-Ele nem ia dar esse assunto, Marcelo. Escolheu porque sabe que Narciso detesta.
-Como adivinhou isso?
-O professor não gosta de Narciso. Então, quer tornar a aula bem desagradável para ele.
Marcelo deu de ombros. Cassandra tinha um monte de mistérios que ele desconfiava que jamais desvendaria.
Durante a aula, Narciso teve ganas de se agitar na carteira, morto de raiva. A tal da Cassandra estava, ainda que indiretamente, afetando a sua vida. Os colegas estavam se afastando dele, seu desempenho no futebol caíra, andava discutindo com os pais e os irmãos com mais frequência e os professores, de quem nunca fora o queridinho, não estavam perdendo a chance de lhe passar sermões.
-Muito bem, senhor Narciso, preste atenção! Se quer terminar este ano sabendo mais do que o verbo "to be", faça um pequeno esforço!
Narciso de destemperou, atirou a carteira no chão e gritou:
-Não vem me chatear, professorzinho! Olha aqui, meu pai paga o seu salário, ouviu?
Todos olharam para Narciso. O professor retrucou com indiferença:
-Se o senhor não tem consideração pelo dinheiro que seu pai, gasta, Narciso, sinta-se à vontade para se retirar da sala. É livre, faça o que quiser.
Antes de sair, Narciso olhou com muita raiva para Cassandra, que o olhou com desprezo e murmurou consigo mesma:
-Sei que não perco por esperar.
-O que foi, Cassandra?
-Nada, Marcelo.

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sábado, julho 12, 2014 - 14:17

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