CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Testamento
Não há muito o que deixar para os vivos enquanto, entre eles, estive sempre morto. Fiz meu testamento há algum tempo e tenho a impressão que cada bem me foi levado sem que eu mesmo percebesse.
Deserdei meu coração ao mundo e, sobretudo, a mim mesmo. Foi há muito tempo quando o mesmo se soube longe das festas das ramas. Tirei-o do trabalho físico de pulsar quando o descentralizei de toda energia, convergindo-a ao pensamento. Desde então, em cada segundo ele desintegra como se ao pó já tivesse voltado. Vez ou outra o mesmo pó retorna às mio-paredes e o petrificam.
Hoje, neste testamento, pretendo a ele um herdeiro, porém minha humildade não clamaria por um ourives, tampouco escultores ultrassensíveis que enaltecem amores exagerados. Não os tive, mesmo que exagerados os sentissem. Petrificado e empoado, dôo-o às mãos de um escavador qualquer. Que este faça bom proveito e novos sulcos, que talvez sirvam para que neles cative-se algo ou alguém.
Como eu havia escrito, não há muito o que doar, já que deixei de viver e ambicionar o mundo das matérias. Aliás, não, totalmente deixados de lado, quero os meus cigarros. O tabaco, meu maior companheiro, deve estar comigo no momento em que de seu mundo eu fizer parte. Meu pulmão, pressinto, daqui das trevas, será mais belo e menos julgado.
De meu bem, o mundo já está cheio. Não sei se “doá-los” seria a palavra correta, já que me existem em abundância os pensamentos: deixo-os em bytes ou em folha; deixo-os em voz, em semblantes, em sorrisos e em algumas quase indecifráveis sensações; deixo-os vivo, enquanto deles jazo…
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1938 leituras
other contents of Nyrleon
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Outros | O Garoto Errante | 0 | 1.347 | 11/19/2010 - 00:03 | Português | |
Poesia/Amor | O Larápio | 1 | 1.036 | 03/01/2011 - 20:59 | Português | |
Poesia/Meditação | O Livro | 1 | 512 | 03/30/2010 - 17:49 | Português | |
Poesia/Soneto | O Mais Verídico Canto | 0 | 515 | 07/28/2011 - 05:00 | Português | |
Prosas/Tristeza | O Menino e a Mulher | 0 | 1.247 | 01/23/2012 - 05:36 | Português | |
Poesia/Amor | O Meu Encanto | 0 | 2.275 | 09/16/2018 - 01:41 | Português | |
Poesia/Soneto | O Mito | 1 | 585 | 04/22/2010 - 23:39 | Português | |
Poesia/Geral | O Muro Lírico | 0 | 1.065 | 12/27/2010 - 02:02 | Português | |
Poesia/Meditação | O Não-dito | 3 | 404 | 01/03/2010 - 04:20 | Português | |
Poesia/Soneto | O Outro | 0 | 853 | 03/03/2011 - 19:45 | Português | |
Poesia/Intervenção | O Preço da Liberdade | 3 | 577 | 12/23/2009 - 22:24 | Português | |
Poesia/Canção | O Que Me És | 1 | 1.087 | 03/24/2011 - 19:18 | Português | |
Poesia/Geral | O Voo Infindo da Borboleta | 3 | 801 | 12/20/2009 - 08:23 | Português | |
Prosas/Outros | Onça | 1 | 1.317 | 02/07/2010 - 23:05 | Português | |
Poesia/Geral | Onipotente | 1 | 653 | 04/12/2010 - 15:53 | Português | |
Poesia/Geral | Papel em Branco | 0 | 2.878 | 12/26/2010 - 03:30 | Português | |
Poesia/Amor | Para Sempre | 2 | 718 | 01/05/2011 - 18:39 | Português | |
Poesia/Meditação | Partiu-se-me | 1 | 735 | 03/01/2011 - 20:54 | Português | |
Poesia/Geral | Peso da Luz | 0 | 2.267 | 03/13/2014 - 19:00 | Português | |
Poesia/Amor | Platonismo | 0 | 1.821 | 01/30/2012 - 15:32 | Português | |
Poesia/Amor | Platonismo | 0 | 913 | 09/03/2020 - 10:40 | Português | |
Poesia/Geral | Poema Morto | 4 | 697 | 02/20/2010 - 02:15 | Português | |
Poesia/Geral | Poeta do Byte | 0 | 675 | 08/12/2011 - 04:37 | Português | |
Poesia/Soneto | Por Que Sorrir? | 4 | 522 | 03/03/2010 - 06:37 | Português | |
Poesia/Soneto | Preguiça | 1 | 870 | 04/12/2010 - 15:19 | Português |
Add comment