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Vem Caminhar Comigo

Quero ouvir-te em histórias antigas, mas cantadas nos telhados das novas casas, a abafar o bolor característico dos espaços fechados. Por isso, me dou às cegas pelas pradarias longínquas, onde há ecos mudos e um sol que nasce sempre que a noite é finita. Só aí, há um cântico aberto ao mundo que me escuta e que sustenta as lágrimas que se despenham nas minhas mãos. Há um misto de saudade que se esvai por entre os dedos semi-abertos e não sei já falar, desta dor que me consome o peito, quando me dou inteira a ti.

Sôfrega do mar, fugi para longe, e dirigi-me para sul. Lá os sonhos são mais azuis e as gentes vivem na calmaria de desejos mais ou menos cristalizados. Sofrem as dores de parto antes do tempo, e as forças benignas trazem cantares longínquos de outras eras, em que os registos passaram de mera informação, para uma profunda constatação dos factos reais, em que o equilíbrio, não passa já, de manufactura do acaso.

Afundei-me nesse mar que vi!

Mas, sofro neste silêncio amarfanhado, sempre que o fardo dos anos me deixa morta de cansaço e desprendo-me das horas todas, em completo desleixo. Caminho agora sem destino, e há um som perdido que me encontra sobre esta medida exacta, que é o mundo no sossego das minhas mãos. Ele diz-me sempre como chegar ao topo, mas lá, há estrelas cadentes que se esfregam nos meus olhos, e a cegueira traz-me imagens doentes de quando o mundo sofria. Sofria tanto, que até os olhares que carrego me abominam em cada círculo, geometricamente traçado à roda dos meus olhos.

Triste sina!

É fria a sua voz, e caminha cansado do destino que lhe coube á sorte. Há sortes assim! A minha ainda não foi lançada, para que no meu ventre, encontre a essência desmesurada e te entregue a noite assim, cansada de mim e do nada que fui, enquanto dormias. Assim, vou deslizando, lenta, mas caminhante, através destes movimentos obtusos, e paralisados através do medo que me rouba o sono. Os candeeiros apagam-se, e a noite finda, volta ao seu estado original. Há um protótipo do vazio esperando por nós, e na matriz, jaz o cálice da vida que carrego há tantos anos.

Quero-te muito, mas não suporto este fardo antigo. Vem caminhar comigo

http://silencio-me.blogspot.com/

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quarta-feira, dezembro 2, 2009 - 01:27

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ÔNIX

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Comentários

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Re: Vem Caminhar Comigo

Hmmmm...perfeito?

Caminha comigo para que não me perca no sonho onde afundo, se delizo por este fardo sem o calor das mãos e do destino... Envergonho-me por não conseguir dizer mais nada :oops:

Favorito

Bjos

imagem de ÔNIX

Re: Vem Caminhar ComigoP/Jopeman

João

Obrigada pela força
Espero poder continuar a caminhar lado-a-lado com a minha família, os meus amigos, os meus amores, e todos os que souberem que para um se caminhar lado-a-lado, será preciso ser-se genuino
Assim como tu

beijos

imagem de Mefistus

Re: Vem Caminhar Comigo

ÔNIX;
Mais que caminhar...é a doce viagem em seu Mundo, nos teus textos, na tua visão das coisas.

è uma hnra enorme partilhar estes momentos

obrigado!

imagem de ÔNIX

Re: Vem Caminhar ComigoP/Mefistus

mefistus,

Obrigada pela companhia nesta longa caminhada

beijos...muitos

Matilde D'Ônix

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: Vem Caminhar Comigo

Matilde.

Caminhar contigo é um privilégio.

Adorei o texto!

Parabéns,
Beijos,
REF

imagem de ÔNIX

Re: Vem Caminhar ComigoP/REF

REF

Obrigada pelos passos certeiros que me acompanham...

Gosto de sentir que esão perto

beijinhos

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