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Convidado do mês de Setembro/Outubro de 2011: Clauder Arcanjo

Convidado do mês de Setembro/Outubro de 2011: Clauder Arcanjo
Antonio Clauder Alves Arcanjo (Clauder Arcanjo), nascido em Santana do Acaraú-CE aos 3 de março de 1963, é também cidadão mossoroense, título outorgado pela Câmara de Vereadores de Mossoró.
Engenheiro civil, professor da UnP (Universidade Potiguar), cronista semanal dos jornais Gazeta do Oeste e O Mossoroense, poeta, resenhista literário e colaborador de sites, revistas e jornais de várias partes do País.
 
Em 2003, recebeu menção honrosa no Concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães, promovido pela Fundação José Augusto, Natal, Rio Grande do Norte (Brasil). No ano seguinte, foi distinguido com nova menção honrosa, desta feita na categoria contos dos Prêmios Literários Cidade do Recife (Pernambuco).
 
A reunião de contos, intitulada Licânia (Sarau das Letras), marcou a sua estreia em livro em 2007. Em 2009, a sua segunda obra: Lápis nas veias (minicontos), editora Sarau das Letras. Novenário de espinhos, sua terceira obra, marcou seu debute em poesia. Entre seus trabalhos inéditos, o autor tem obras nos gêneros crônica, romance, aforismos e resenhas literárias.
É um dos coordenadores, em parceria com João Maria e Dinoá, do projeto Pedagogia da Gestão (com ações voltadas para gestão, educação e cultura), com um programa semanal – Pedagogia da Gestão – na TV Cabo Mossoró (TCM), em Mossoró-RN.
 
Clauder Arcanjo é um dos editores da Sarau das Letras Editora Ltda, além de membro da Academia Mossoroense de Letras (AMOL), e da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Norte (AMLERN).
Atualmente, é vice-presidente do Fórum de Artistas Mossoroenses (FAM); e assumiu, aos 4 de dezembro de 2009, a presidência do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), para o biênio 2009/2011.
 
Mais do que um convidado, Clauder é um amigo que agora vos apresentamos, com honra e prazer.
 
 
1. “Entre a folha branca e o gume do olhar/a boca envelhece./Sobre a palavra/a noite aproxima-se da chama” (Do poema “Sobre a Palavra”, de Eugénio de Andrade, do livro Poesia - Eugénio de Andrade).
Em Clauder, a escrita é uma paixão inata ou uma via para o entendimento?
 
Clauder Arcanjo – Posso ficar com as duas respostas? Explicarei. Paixão, porque ela, escrita, para mim, é uma espécie de “nata do coração”. E via para o entendimento, porque não compreendo um escritor sem ligar a sua arte-palavra, ao outro, objeto e objetivo dos seus rabiscos. E não se opera tal milagre sem estética e estesia.
 

2. “Escrever é destruir o tempo/ou/obstruir o espaço?” (Do poema “Post-Scriptum”, de E.M. de Melo e Castro, do livro Neo-Poema-Pagãos).
A poesia é uma pergunta ou uma resposta?
 
Clauder Arcanjo – Para mim, a poesia é mais pergunta de que resposta. O versejador eficaz é aquele que sabe elaborar os versos-inquisidores mais elaborados. Quanto às respostas (destruidoras do tempo ou obstruidoras do espaço!?)... isso é problema de quem nos lê (risos...).
 
 
3. “Creio na vírgula bem-posta/ no verbo percuciente/ na estrofe em galope/no poema impaciente” (Do poema “Credo (in)confesso”, de Clauder Arcanjo, do livro Novenário de Espinhos).
É o poema ou o poeta, o impaciente?
 
Clauder Arcanjo – Os dois, sem dúvida. Poema e poeta se irmanam nessa comunhão de impacientes. Ao fim e ao cabo, a síntese da síntese se nos apresenta na folha pálida e, também, impaciente. O resto?!... Bem, o resto é tão somente a desvalia literária. E ela não vale a pena a pena da publicação.
 
 
4. Além de Autor, és Editor.
O que distingue o “Clauder Editor” do “Clauder Autor” e o que os une?
 
Clauder Arcanjo – Somos um só corpo e um só espírito. Um detalhe, o editor e o autor Clauder Arcanjo estão extremamente contaminados pela mesma doença: o fanatismo literário. E fanático, aprendi na minha vida de gestor, é aquele que não quer mudar de ideia nem quer mudar de assunto. Se é paixão, doença ou loucura?! Não sei, sinceramente não sei; e pouco se me dá se há resposta. Só sei que pus os pés num caminho sem volta, e as pontes que vou atravessando, ao serem observadas por mim, se esfumam. E como retornar sem elas? Graças a Deus, só há o amanhã (risos...).
 
 
5. “Não sei se porque findavas/madrugada fria/ou ardias com o sol/em seu começo./Sei que poesia tem carne e endereço” (Do poema “Sabença”, de Paulo de Tarso Correia de Melo, do livro Talhe Rupestre).
O panorama literário brasileiro é uma “madrugada fria” ou “o sol em seu começo”?
 
Clauder Arcanjo – O panorama literário brasileiro (apesar de não me reconhecer um especialista na literatura que pulsa nos diversos cantões do nosso continental país) é sempre um sol em seu (re)começo. E, findo o dia, haveremos de zelar, na longa madrugada fria, pelos votos dos autores clássicos do passado, a fim de que tenhamos “a arte e o engenho” de cravar, com consequência, as nossas palavras-sangue na poeira do porvir seguinte.
 
 
6. Recentemente, a “Sarau das Letras” e a “Corpos Editora” editaram, em simultâneo no Brasil e em Portugal, Livro de Linhagens, um livro de poesia de Paulo de Tarso Correia de Melo.
Como surgiu a ideia e como correu a experiência?
Existem outros projectos?
 
Clauder Arcanjo – Tudo começou quando o escritor David de Medeiros Leite, colega editor da Sarau das Letras, visitou a cidade do Porto, e participou do lançamento de um livro de poemas de Filipe Melo (Na Utopia sou Profeta), saudado pelo mestre E.M. de Melo e Castro. David Leite comprou o livro, assistiu a todo o evento e fez questão de me “cutucar” pela internet. Houve, então, o namoro das editoras, e o Livro de Linhagens sela a parceria. Que, para nós, da Sarau, pelo visto e publicado, terá vida longa. No lançamento de Livro de Linhagens em Portugal, no dia primeiro de outubro, já levaremos na algibeira mais dois projetos. Um, ainda para o fim deste ano. O outro, para o começo do vindouro.
 
 
7. Há quem defenda que “livro” é uma palavra em risco de extinção.
O futuro do livro é o e-book ou o papel continuará a ser o meio principal de leitura?
Se perguntar qual preferes, o editor e o autor terão a mesma opinião?
 
Clauder Arcanjo – Para quem pregar a extinção do livro impresso, eu quero aqui anunciar: haverá grandes zoológicos em muitas residências (risos...).
Prefiro crer que o e-book atrairá um público novo, hoje mais fanatizado pelo Facebook, Twitter, Msn, Orkut... Que venham essas “tribos”! Quanto à minha preferência, sou um discípulo do livro impresso, papiromaníaco do cheiro e do tato sensual - hum!... - de uma página divinamente bem concebida, e profissionalmente diagramada e impressa.
 
Clauder Arcanjo – Escritor
Entrevista conduzida por Filipe Campos Melo
 
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Comentários

imagem de Odete Ferreira

Obrigada por

Obrigada por me proporcionar bons momentos de leitura, alargando prespectivas.

Identifico-me no geral com o seu pensar e visão a nível cultural.

Também não podia deixar o meu apreço pelas perguntas do Filipe C. Melo.

Por fim: não me agrada nada o termo "fanatismo". Aqui, subscrevo-o!

Abraço

 

imagem de Alcantra

Bela e interessante

Bela e interessante entrevista. Também penso o mesmo a respeito do futuro do livro.

Abraços,

Alcantra