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Mãe!
Movo-me na cadeira, inconstante,
Dou voltas ao meu pensamento,
E enquanto penso, neste instante
Perdi as ideias e o meu talento!
Vou conseguir – tenho tempo
(E espero ter ajuda de alguém)
Deuses e mortais vão ter inveja
De seres amada como ninguém!
Mãe, doce ombro e consolo,
Tu que és mais do que bela,
Sabe que de cada vez que ao espelho
Me vejo espelhada donzela
Vejo a tua criação, perfeita e artística,
Esplendorosa, incomum e mística!
A minha vida, que silenciosa perdura,
Tenho a agradecer a ti, pura e rara fonte
De amor e firmeza, doçura,
Tão grandes que lhes não chega o horizonte!
Sou pagã e continuarei a ser.
E podes acreditar ou não crer
Que venero uma deusa, que diz ter
A sorte de o meu nome dizer.
Mas não creio, ó deusa, que seja
Merecedora de tal pensamento.
Não mereço a boca que me beija,
Não mereço o teu ombro de sustento.
E em toda a tua vida não te esqueças
Que não és deusa só por me teres,
Mas sim porque os deuses quiseram
Que o Mundo a partir de agora governes.
Resta-me agradecer-te por me teres feito
E por me teres amado desde sempre!
Melodia de amor e respeito,
Doçura, firmeza, caridade!
Minha deusa, Mãe, eterna,
Contigo quero viver eternamente!
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Ministério da Poesia :
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