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Lábios às costas


Flâmulas ao ares na nudez pura,
Um desejo pede:
Desce língua sua nua umedecida
Até fundir-se com gemidos tímidos engolidos por olhos fechados

Febre atraente no apascentar capcioso
Tenra no teso escaldante da pele em perfume
Nunca um século seria capaz de durar tal fato
Mais que mil atos este fato
Um acato total vibrante louco

As estrelas caem uma a uma
E dias sem sóis fugiram de tais olhos
Ao norte a fibra do peito o relógio da hora

Amar a vida
Na capacidade de morrer por ela

Escondido de cá lá aqui
Fugindo daqui até aquém-mar
Até a sombra obliqua projetar-se sobre o dorso escaldante
O prazer regozijo deslizar em deleite pela anca

O vigor da miséria no louvor da separação
Prásino jeito ao toque no encanto cimo
As flores acenando excitação

O universo fala e ouve volúpias
Até quando um rosto esconde-se
Ao milagre da fascinação
Tonadilhas ao corpo mirado ao auge
Na sede de tudo sorte
Sentido extenso e suave
Na amplitude mais que amplitude
De severas
Estrelas opalinas
 

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quinta-feira, dezembro 23, 2010 - 14:29

Poesia :

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Alcantra

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