O Grito

O grito pungente sai e meu peito em lamentação
Vejo-me rodeado de pessoas e gentes que nada fazem
Nada consideram da minha existência de amargar
E assim só nos meandros da alma sinto a solidão
Em que me amarro a sonhos de esperanças que florescem
Como se fosse a floresta invadindo meu solar
Refugio-me de novo neste negro buraco da solidão
Que já não distingo sentimento vivo ou se morrem
Na quietude da escuridão da noite a iniciar
Todo revolver da sementeira em desolação
Em pradaria desolada dos que sentir podem
Mas que apenas me transmitem o fel a infernizar
Todas as pregas que se soltam do meu coração
Que nascem florescem e o sangue derramam
Para que não mais fuja de poder soletrar
Teu nome que me irá sair em som de convulsão
No derradeiro leito onde a alma e corpo jazem
Para meu sofrimento se apaziguar
Na luta infernal contra a solidão
E tal me ajoelho e peço que se apazigúem
Todo aquele que me quer a vida roubar
Para que perca o teu toque em meu coração!

Domingo, 11 de Julho de 2010