A princesa rebelde
O novo filme da Pixar, Valente, que conta as aventuras da princesinha Merida, é um belo exemplo de luta entre seguir as aspirações individuais e fazer o que se espera de nós. Merida é uma bela e aventureira jovem, filha dos reis da Escócia, que adora montar pelas belas e selvagens paisagens do seu reino, atira com arco e flecha e ama a liberdade. Sua personalidade e seus gostos, porém, desagradam a sua mãe, a rainha Elinor, que quer que a filha aja como uma dama.
Isso nos leva a um embate: que devemos fazer? Sufocar nossas aspirações? Fazer o que dizem que temos de fazer? Mas isso não seria o mesmo que abrir mão de nossa espontaneidade e mentir, permitindo que outros decidam nossa vida e delineiem nossa personalidade?
Merida é uma jovem espontênea e corajosa, que quer seguir sua vida e tomar suas decisões. Isso a faz entrar em choque com as tradições e a família, que esperam que ela siga um determinado comportamento e obedeça às convenções sociais. Deve a menina seguir sua natureza ou obedecer às tradições? Porém, se ela o fizer, ela não será mais Merida, a jovenzinha impetuosa e desembaraçada que supera os pretendentes na disputa de arco e flecha e não que casar com quem não a agrada.
Valente, da Pixar, levanta questões sérias, como o fato das mulheres da época serem forçadas a se comportar de uma maneira considerada apropriada para agradar a futuros pretendentes em vez de agradar a si mesmas, terem seus destinos decididos por convenções e interesses alheios e terminarem por sufocar seus desejos pessoais para satisfazer aos outros. Por se recusar a seguir essa tradição, Merida é uma iconoclasta: teimosa, sem a delicadeza habitual das princesinhas, amante da liberdade, recusando-se a casar, porque, se o fizer, irá abdicar do que ama para viver a servir a um marido.
As questões levantadas no filme também nos fazem refletir sobre o que é ser feminina. O feminino é algo inerente às mulheres? Ou é apenas uma construção social que visa a domesticá-las? Sendo forçadas a ficar limitadas ao ambiente doméstico, reclusas, bordando e se dedicando a atividades consideradas apropriadas, as mulheres terminavam sufocadas para ter que satisfazer ao que a sociedade esperava delas. Merida não quer fazer isso, quer seguir a sua natureza e sua valentia e impetuosidade está bem retratada em sua indomável cabeleira ruiva, que simboliza sua personalidade fogosa.
Submited by
Críticas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2681 reads
other contents of Atenéia
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusión | Don't call me anymore | 1 | 4.831 | 03/14/2018 - 13:22 | Inglés | |
Poesia/General | Now, we are together | 1 | 4.523 | 03/13/2018 - 21:29 | Inglés | |
Poesia/Fantasía | Give me wings | 1 | 5.157 | 03/13/2018 - 21:29 | Inglés | |
Poesia/Amor | How can I show you | 1 | 5.157 | 03/13/2018 - 16:48 | Inglés | |
Poesia/Tristeza | You'll never be forgotten | 2 | 5.805 | 03/10/2018 - 13:37 | Inglés | |
Poesia/General | Não haverá mais segredos | 1 | 3.412 | 02/09/2018 - 10:39 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | We're never ready to say goodbye | 0 | 4.838 | 03/12/2017 - 11:42 | Inglés | |
Poesia/Amor | Sentimentos | 0 | 3.203 | 01/19/2017 - 23:46 | Portuguese | |
Poesia/General | Irmão | 0 | 3.243 | 01/07/2017 - 21:42 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | I'll never see you again | 0 | 4.735 | 01/03/2017 - 15:02 | Inglés | |
Poesia/Desilusión | O seu melhor | 0 | 3.901 | 01/03/2017 - 14:58 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | O último adeus | 0 | 3.360 | 12/28/2016 - 16:36 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Aonde pensamos | 0 | 3.494 | 12/28/2016 - 16:32 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | A velha do saco de ossos | 0 | 4.591 | 11/23/2016 - 16:45 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | Presenças espectrais | 0 | 3.715 | 11/23/2016 - 16:36 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Don't come back to me | 0 | 4.661 | 11/17/2016 - 16:11 | Inglés | |
Poesia/General | Teu grito | 0 | 3.896 | 11/17/2016 - 16:08 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | Peso morto | 0 | 4.477 | 11/16/2016 - 23:36 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Learn to live alone | 0 | 6.189 | 11/12/2016 - 11:23 | Inglés | |
Poesia/Meditación | Torta | 0 | 4.123 | 11/10/2016 - 16:23 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | O coração dilacerado | 0 | 4.739 | 11/07/2016 - 15:48 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | O presente | 0 | 3.541 | 11/07/2016 - 15:45 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Ready to love | 0 | 4.921 | 10/27/2016 - 21:42 | Inglés | |
Poesia/Amor | Laços | 0 | 4.011 | 10/27/2016 - 21:38 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | Esta loucura | 0 | 4.941 | 10/26/2016 - 16:18 | Portuguese |
Add comment