Ausência

Ânsia insuperável de não sentir,
Corrida desesperada para me omitir.
Riscos corridos para não ver,
Queda alucinante e ainda assim não crer.

Não há ninguém,
Nestas paredes rústicas,
Neste som crepitante do “amém”.
Não há ninguém.

Numa longa caminhada
Ouço chamar meu nome,
Como pesadelo insone.
Há um canto provindo desta alma infame.

Sem ajuda, sem mágoa,
Sem lembrança e sem amor,
Sem abrigo das gotas d’água,
Sem esperança ou ardor.

Me resta você, solidão.

01-08-2008
Ronivon Soares Diniz