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O SER E O SONHO OU O SONHO DE SER

Voltei-me à procura do tempo
E encontrei-o lá longe
Pendurado na imensidão dos séculos,
Erigido em monumentos sumptuosos
Ou em ruínas de cidades.
Poéticas eram as folhas
Que caíam de árvores centenárias
Cobrindo de todo o chão da estrada
Nascida algures na história
Para estranhas caminhadas.
Uma imensa procissão
Lenta, anónima e silenciosa
Dirigia-se em direcção ao sol,
Objectivamente acrítica,
Exasperantemente dócil!
Procuram Deus – ouvi dizer.
Olhei em volta, mas não vi ninguém;
Uma voz andava pelo espaço
Como que perdida
Como que sem dono.
Um menino soprava na água barquinhos de papel
Indiferente à procissão que passava,
Alheio ao mexer das folhas secas.
A enorme totalidade de silêncio
Arrastava-se indefinidamente!
Então o menino sentado junto à água,
Percorreu os rios e fez-se ao mar
Num gigantesco barco de papel
Soprado por um monstro,
Que o levava para longe.
Perdida a sintonia com o tempo
Navegou pela imensidão dos mares.
Mas o menino voltou
E com ele uma nova história dos homens.
Entretanto como crescera!
Olhou de novo a multidão anónima
Que continuava a sua inútil caminhada
Em direcção ao sol.
Tinham-se enganado no caminho! – pensou.
Já nada se pode fazer por eles
A não ser recria-los.

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quinta-feira, julho 28, 2011 - 19:30

Ministério da Poesia :

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izaf

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