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Adeus? Porquê?
Nunca tive jeito para despedidas,
nunca soube utilizar as palavras certas,
dosear as medidas do abraço
ou o caudal das lágrimas...
Ás vezes, confesso,
nem consigo chorar...
Porque preciso da dor comigo,
numa estranha companhia...
Fujo com o olhar,
para o chão, para a parede, para o horizonte,
onde não se encontre com o teu...
Enquanto partes
e me partes aos bocados...
Distraio,
ou abstraio,
a mente
com coisas fúteis e inúteis
e mascaro a minha sensibilidade
com papeis sintéticos de rebuçados...
Tento imitar as pessoas frias,
q não sentem,
ou mentem
porque têm a flor da pele
mais na raiz...
E guardo pedaços de ti para rever mais tarde,
quando acordar em carne o osso
e perceber q a claquete vincou o tempo
q me permitia fazer de conta...
Lambo-te nas memorias e colo-te
na ponta dos meus dedos
como selos...
Tento memorizar cada palavra
no timbre certo,
cada gargalhada,
cada gesto...
Visto-me de carinhos q nunca me soubeste dar,
ou não pudeste...
Visto-me de ti e dispo-me,
porque estas ali,
enquanto a memoria me permitir,
nos meus braços,
q são os nossos...
Porque nos temos de despedir?
Porque deixamos partir,
as pessoas q nos permitem ser pessoas?
Inês Dunas
Libris Scripta Est
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Poesia :
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Comentários
Re: Adeus? Porquê?
Libris, querida,
Triste como as despedidas este teu poema...também não queria nunca despedir-me dos meus afetos, é tão triste!
"Visto-me de ti e dispo-me,
porque estas ali,
enquanto a memoria me permitir,
nos meus braços,
q são os nossos..."
Amiga, como dói!
Lembrou-me um poema que fiz, para um momento de mudança de ciclo em que digo:
"ABRE O LAÇO...
Deixa que os ciclos se vão...
Apaga a chama fraca que ilumina a vela
E acende outra
As lágrimas de parafina cessarão logo,
E congelarão no toco apagado.
E as tuas, aguadas e salgadas,
Evaporarão por entre sentimentos entristecidos.
Deixa que se iniciem outros ciclos
Mesmo que o começo
Ainda sustente o gosto
Da lágrima do fim,
É mesmo assim.
Sem sorrisos, sem abraços,
Sem o que comemorar.
Deixa assim
Deixa que se vá..."
Triste, amiga. Por que temos de nos despedir de nossos afetos?
Um beijo grande em ti.
Re: Adeus? Porquê?
um ate ja... se me permites...
belo.
n.
Re: Adeus? Porquê?
Eu tenho problema com deixar parti, acho que sou mais insana, eu nego, simplesmente invento uma realidade paralela onde os afetos jogam-se em um buraco negro e se materializam em outra dimensão mágica.
Que fazer, melho nunca dizer Adeus, Porque dizer Adeus?
Beijos...adoro ler-te.
Re: Adeus? Porquê?
A suave melodia do Adeus, de um até já. de um até breve, ou de um desencontro, nos longos braços de um Morfeu, que o tempo presente e o futuro, guardarão na gaveta do passado que se foi.
Um mano a mano teu com as essências, as reminescênsias do que alguma vez podia ter sido e soube-se agora, nem sempre foi e nunca será.
O trilho que emana o perfume certo, do caminho seguro dos teus passos, em mais um poema seguro.
A essência do pensar ser e dever Fazer!
Gostei
Re: Adeus? Porquê?
Libris lindo seu poema , devo confessar que não gosto também da palavra adeus e diz~e-la muito menos.
Conto nos dedos as vezes em que a pronunciei e fizeram jus ao que disse.
Hoje vejo que essa palavra é limitada , pois o mundo tornou-se e torna-se a cada dia minúsculo diante daquilo que não explicamos ou compreendemos , assim como o adeus.
Parabéns pelo poema!
Beijos
Susan