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Ainda no exílio (desde os dias de Gonçalves Dias)
tinha muitos sabiás,
tinha muita natureza,
muita vida havia lá.
	Sob o céu cheio de estrelas,
	rios sublimes, belas flores,
	enchiam os bosques de vida
	e, nossa vida, de amores.
	Fosse dia ou fosse noite,
	prazeroso era estar lá:
	minha terra tinha aves
	nas árvores a cantar.
	Minha terra tinha cores
	que só se encontravam lá:
	fosse dia ou fosse noite,
	prazeroso era estar lá.
	Muito Sol e muita Lua,
	ouro e prata a se abundar.
	Cada dia, um pouco, eu morro:
	queria voltar pra lá
	pra desfrutar dos primores
	de outros tempos, noutros "ontens"
	que não mais hoje há lá...
Hoje, lá, assim está:
	Minha terra tem asneiras
	e burrices com alvarás;
	é abusada por inteira
	por michês e alcoviteiras,
	corruptos e paxás,
	malfeitores governantes,
	coronéis agonizantes,
	que enganam o povo inteiro,
	envergonham o brasileiro
	e que encantam os marajás;
	minha terra tem sujeiras
	que atraem os carcarás;
	as carniças e as caveiras,
	as rapinas, roubalheiras,
	as latrinas e as nojeiras,
	as sandices e as besteiras,
	parvoíces e tolices,
	se encontram todas lá.
	Nosso céu tem mais poeira,
	nossas várzeas, mais fedores;
	nossos bosques agonizam,
	nossa vida tem mais dores.
	Nossas águas: insalubres;
	nossos ares: pestilentos;
	nosso vento corre em vão!
	Nossa chuva é pouca ou muita:
	causa enchente ou sequidão;
	nossa terra: seca e morta;
	flora e fauna: em extinção.
	Ao pensar, sozinho, à noite,
	mal consigo descansar:
	minha terra tem fronteiras
	abertas pro mal entrar.
	Minha terra tem horrores,
	não quer ver, não vá pra lá;
	ao ouvir, sozinho, à noite,
	gritos: não queira estar lá.
	Minha terra tem caveiras,
	do Rio Grande ao Amapá.
	Não quer que seu filho morra?
	Pois, não o mande para lá:
	os piores infratores,
	numerosos moradores
	destas terras de favores,
	os políticos traidores,
	devedores/credores,
	bandidos de almas salobres,
	corruptos e corruptores
	de gravata ou de chinelos
	ainda reinam por lá.
	Minha terra tem bandidos
	que mandam e desmandam lá
	desde os dias de Gonçalves
	exilado a lamentar.
	Não se esqueça: a culpa é sua
	(toda a vez que for votar).
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