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Confusão

Confusão…..


Amálgama de sentimentos
Que quase explodem o meu peito…..
És dor, és alegria, és sol, és treva ?….
O que és tu de verdade, dor sem jeito?
Confusão és, certamente!

Quisera eu no tempo parar,
Não viver, ser coisa nenhuma.
Uma lacuna no espaço infinito
E depois começar
Num ponto zerado, sem passado,
Sem amor, sem dor,
Odio ou desejo insatisfeito!

Nada, o vazio, o princípio.
Um ponto de luz no Universo a brilhar,
Perdido no meio de milhares de outros pontos
Com ou sem pretérito, para mim indiferentemente
Por desconhecidos no presente!

Eu a luz, a causa, o amor, a beleza,
A ver, a ouvir, a falar a pureza,
A candura da criança que ensaia os primeiros passos!

Quisera eu varrer da mente,
Os pensamentos nascidos, cultivados,
Os bem e os mal adubados,
A razão da confusão da minha mente!

Quisera eu o nada, o começo, o amor na sua origem.
Caminhar pela eternidade com humildade,
Viver todos os sentimentos na simplicidade
Do infante que apenas ama a quem lhe sorri
E o aperta nos braços!
Volver à terna infância!

Quisera eu nada saber da maldade,
Da astúcia, da fuga à verdade,
Dos ardis do mundo.
Quisera eu o começo, a ignorância
Do que seja iniquidade!

Quisera eu, verter as lágrimas da dor física,
Sem ideias pré-concebidas,
Que secam na ausência do já sabido,
Ao invés das dores da alma nascidas,
Bem alimentadas e fortalecidas
Em qualquer sentimento interesseiro
Em que se debate o amor verdadeiro
Porque sendo a origem, o primeiro,
É da lei que seja o último…

Quisera eu o nada, o vácuo,
O buraco negro do princípio.
Quisera eu o passado da mente varrer 
E o presente como se fosse o início viver
O amor simples e ignorante, a verdade!

Força do Universo,
Faz-me dormir e morrer!
Renascer e acordar,
Para uma forma diferente de viver!
 

(do livro "Laudas da Vida")

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segunda-feira, julho 18, 2011 - 00:16

Poesia :

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Mª da Graça Moura

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