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Decadência

Sento-me ao teu lado em horário certo.
Sempre nos importamos com o tempo e a hora
E mesmo achando que o que fizeste não foi correcto,
Eu entendo que a rotina te levasse embora.

Não me sinto em condições para discutir,
Porque sem ti sou inútil e fraco,
Como o mar forte que obriga o barco a ir,
Sem força para lutar sou como o barco.

Deixei-me cair num rumo implacável,
Mas o futuro, eu sei, traz melhores ventos,
Dói tanto passar por este tédio invariável
E parecem não ter fim estes novos tempos.

Sem ti, vejo-me adoecer na decadência,
Era perfeita a rotina que encontrava e que nunca vi.
A comodidade trouxe-me a dependência,
Sou um drogado viciado em ti.

Fui um tolo adormecido no nosso amor,
Talvez feitiço ou efeito dessa droga.
Amar-te?! Se não amo de onde vem esta dor?
Beijar-te?! Eu desejo mas não quero mais agora.

Não és minha, tu não és de ninguém,
Ninguém é. Mas eu era teu até à fenda,
Que tu abriste na cratera em que eu estava bem,
Esforcei-me para a fechar, mas foi tarde a emenda.

Consola-me saber que te arrependerás,
Mesmo havendo uma réstia de dúvida no fim,
Mas no futuro próximo já cá não estarás
E nunca mais saberei se te lembras ou não de mim.

 

E então acreditarei no que eu quiser,
E hoje sendo a pessoa que te amou,
No futuro serei o mesmo para a mulher,
Que for minha e eu dela, porque já sou.

O destino fará de mim a felicidade.
Terei para dar a alegria que me tiraste,
Que era tanta e que se foi na realidade,
Porque tu és a felicidade e eu um traste.

Sinto-me capaz de descrever milhares de pensamentos,
Descrever sentimentos inexplicáveis,
Desses que todos acham improváveis,
E que magoam por infinitos momentos.

Sinto capacidade de me destruir,
E escrevê-lo não é mais de que uma confissão,
Mas sou forte demais para me desiludir,
E a vida guarda-me algo de bom.

Não mereço ser infeliz, mas hoje sou,
E que infelicidade esta que me acompanha,
(Espero que dure menos do que o político bom em tempo de campanha),
Porque não vejo a hora de dizer “Parou”.

Estou sozinho com todo o peso que a solidão transporta,
Fechado em mim mesmo e à espera de me abrir,
Sou como uma bomba relógio prestes a explodir,
Para mim não existes, estás morta!

(Oh Deus, que infelicidade!
Que sentimento tão possuidor!
Trabalha a tempo inteiro e fabrica a dor,
Que não me deixa encontrar a tranquilidade.


Oh Deus, que força imensa!
Esta contra a qual eu me debato.
Oh Deus, se é penitência,
Pára! Pára, por favor, que eu estou farto!)

Não entendo a maneira como pensas.
Se é que pensas, acredito que não...
Esses olhares que não entendo porque lanças,
Provocam em mim exaltação.

Eu não quero a tua pena, nem que lamentes.
Não quero, porque sou mais fraco assim.
Sinto o fim do nosso amor e apenas sentes,
Pena, apenas pena de mim.

Deixa-me não olhar para ti!
Não falar, fazer de conta que te sonhei,
Num sonho longo perfeito que eu amei
E que nunca, nunca mais esqueci.

Deixa-me não te ouvir,
Fica muda, ou que fique eu surdo,
Como desejo não existir,
Para não sofrer este absurdo.

E que absurdo é viver,
Que absurdo é amar para ser traído.
Leva-me para longe, Deus, quero nascer
De novo num mundo novo concebido.

Sinto-me triste por ti, porque o teu olhar,
Eu conheço, encontrei-o em mim,
Esse vazio que te faz chorar
Por dentro e não sabes porque estás assim.

 

Não posso sabê-lo eu, porque te amo,
falar e saber, para mim, é o inferno,
Sofre e aprende. Eu hoje estou calmo,
Porque aprendi a sofrer este Inverno.

Senti o frio do vento de Dezembro,
E o frio vulgar que em ti vive,
A vulgaridade desse frio eu não lembro.
Só o não esqueço, porque trouxe a maior dor que tive.

Ainda dói, como dói saber,
Que fui só mais um na tua vida,
Ver-te, ouvir-te, sentir-te abre mais a ferida,
A esperança volta e não a quero ter.

Amo todos os que te amam,
Todos eles espero que me amem também,
Odeio os fracos que te enganam,
Mas estou feliz se estás bem.

Se estás bem nesse pobre engano,
Em que eu vivi por te amar.
Deixa-te ir nesse amor profano,
Nessa falsidade que eu tive de suportar.

Quando o sentires, pede perdão!

É cómico encontrar inspiração na tristeza,
Comicamente doloroso sentir dor por alguém que dispenso,
Mas não tem nada de cómico a tua frieza,
Porque me dói mesmo quando não a penso.

Dor absoluta e constante,
Que me arde o peito que me queima,
Que me enfurece por este não saber irritante,
Que imagina e que teima.

Pudesse eu parar o meu mecanismo,
Parar de imaginar a tua existência,
Onde eu fui apenas o erotismo,
Que encontravas numa doce inocência.

Consciência da inconsciência que tive,
É doloroso saber que me entreguei num esforço,
Não valorizado e entendido como um esboço,
Para um amor maior que em mim vive.

Para quê esconder-me da realidade?
Para quê se ela vive no meu presente?
Ah! Pudesse eu ser inconsciente,
Sempre! Sem ver a maldade.

Amigos infiéis, Judas deste mundo,
Como compreendo o vosso prazer,
Mas sou homem e o homem não é vagabundo,
O homem controla-se e sabe viver.

Tiraste de mim, Judas, o tesouro da minha vida,
Levaste o que nunca me pertenceu,
Mas que pertencia numa fidelidade prometida,
Que quebraste pobre, infiel, ateu.

“Amigo”? Quem era esse que eu chamava?
Que abraçava, beijava num acto de afecto?
Dói, como dói sentir que quem amava,
Me traíu e esmagou como insecto.

Como odeio o mundo quando te penso!
Como odeio o mundo quando vos imagino!
Não sou de odiar e por isso lamento,
Sou fiel, amigo, um inocente menino.

 

Sozinho nesta dor, desta traição,
Que me ferve o sangue se não te vejo,
Mas ao ver-te encontro-te ainda no coração,
Que apunhalaste vagabundo que invejo.

Saudades do que hoje te pertence,
Fraqueza, a saudade é fraqueza,
Sinto a falta do sorriso que vence,
Este ódio e esta tristeza.

Sinto a falta dos abraços infinitos,
Dos olhares quando se encontravam,
Depois dos beijos tão bonitos,
Normais em dois seres que se amam.

Sinto a falta de a ver, ser angelical,
A dormir como um bebé sereno,
A falta do amor ancestral,
Que se tornou o maior veneno.

Sinto a falta de a ouvir falar,
A falta de brincar, de rir,
Sinto a falta de a amar,
Pois este amor não tem para onde ir.

Não cabe mais em mim tanto amor,
Não me chega só esta vida,
Como se me explodisse o peito... sinto dor,
Sinto dor sem ter ferida.

Mas que raiva sentir tudo isto,
Que raiva, mundo, que amor,
Fraco, animal, sentimento misto,
Sentimento triplo porque tenho dor.


Fraco, fraco, mil vezes fraco,
Estúpido, otário irracional,
Inocência enorme que abarco,
Fraco, fraco, animal.

Esta vida parece agora não importar,
Parece… mas sei que importa,
É só uma fase que vai passar,
E que se passar nunca mais volta.

Que não volte, que passe agora!
Ódio que passa e que volta,
Sentimento perpétuo que não tem hora,
Porque o meu dia é uma revolta.

Já não te via há tanto tempo,
Ainda que te olhasse todos os dias,
Vi-te hoje e matei saudade! Não represento
Não faço parte das alegrias.

Sinto tanto a tua falta,
Perco o pensamento na lembrança,
É tão forte a saudade,
Tão escassa a esperança.

Forte dor invicta,
Levaste de mim uma fatia,
A esperança infinita,
De a ter só mais um dia.

Estou condenado,
A tamanha solidão,
Sou um pobre coitado,
Destroçado sem coração.

 

Estou farto deste mundo,
Onde a morte é o fim,
Parece que um segundo,
São horas para mim.

Parece que a saudade,
É um sentimento fúfio,
Onde morro pendurado,
Preso por um fio.

E quem sabe descrever saudade?
Quem sabe o que é sentir esta dor?
Quem sabe o que é a infelicidade,
Que eu sinto sem o seu amor?

Imagino-me a beijar,
A sua pele tão delicada,
Sinto os seus lábios nos meus,
Doce gosto, boca molhada.

Imagino-me a tocar
A sua cintura tão quente
E no seu pescoço o meu beijar,
Fá-la sentir carente.

Tem um corpo primoroso,
Tão lindo magistral,
Aquele beijo tão gostoso,
Ela é perfeita no geral.

Sinto a falta do seu medo,
Sinto a falta do seu calor,
Queres saber um segredo?
Sinto tanto a tua falta, amor.

 

Imagino-me ao teu lado,
Num baloiço a baloiçar,
E com um olhar apaixonado,
Nós os dois para o céu a olhar.

E eu beijo-te com carinho,
O teu rosto jovial,
E tu abraças-me de mansinho,
Num gesto intencional.

Chama-me louco ou tarado,
Chama-me estúpido ou doente,
Mas sou um louco apaixonado,
Talvez um cego indigente.

Dizem que é lindo o amor,
Como posso acreditar,
Se tudo se resume à dor.
Será esse o dito amar?!

Não há nada tão forte,
Como este fogo que me tira o ar,
Este amor que resiste à morte,
Este inferno de amar. 

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domingo, março 6, 2011 - 00:46

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paullopex

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