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A Filha das Ondas do Mar

Tu és filha das ondas do mar…
Que têm a alma das sereias
E misturam-se, com o silêncio do luar…
Que têm a voracidade do tubarão!
Que adquirem a força do furacão
E se voltam a serenar.

Ora, mostram-se tranquilas; reflectem as estelas!
Ora, são águas turvas; entram em turbilhão…!

Tu és filha das ondas do mar…
Que, por ondas traiçoeiras,
Bates em mim, de todas as maneiras.
Bates, em mim,
Como, se nos rochedos,
Elas, também, o fazem, assim…
De um modo, constante,
Persistente,
Desgastante,
Sem parar…!
Pois, o que querem, é as conquistar…

Repelidas, voltam e voltam,
De levinho…
Ou, com pujança,
Como se fossem feitas da imortal esperança!
E de uma paciência, sem par…!
Que, em persistência, milenar;
Numa insistência, extenuante…,
Firmam-se, no seu acreditar,
Que acabarão, por as desgastar!

E tu, nisso, já reparaste!
Que, elas, nem pensam em desistir…
Que, nesse impávido ir e vir,
Fixadas no seu objectivo,
Continuam a tentar, a tentar,
Num, sem nunca mais acabar,
Tentando bater, quanto baste,
Até, que, por entre elas, consigam penetrar.

E lá as vão moldando…,
Devagar, devagar…
Vão abrindo brechas…
E, por elas, penetrando…
Como, se fora, essa, a essência, da sua existência
E nada mais importar…!

Não existe o tempo; não mostram desgaste…
Pois, doseando-se, quanto baste,
Fazem isso, sem parar.
Com premeditada energia…
E, tanto, de noite, como de dia.
Continuam, sempre a malhar, a malhar, a malhar…

Batem, forte;
Batem, ameno.
Por vezes, tão de leve;
Tão sereno…
Como se estivessem a descansar.
Estão se repondo em energia…
E, enquanto, não se fazem sentir,
Á dor fingem, amnistia…
Ora, se ouvem a rugir,
Ora, a murmurar…
Ora, as vemos, a se espraiar.
Quantas vezes simulam, rir…,
Quantas simulam, brincar…
Todas, fazem-no, a fingir,
Para, o marinheiro se aventurar…

Porém, num repente
Tomadas, pela obsessão, doentia,
Já, que esta é a sua única via,
Batem forte, novamente,
Sem, com nada, se importar,
Batem, batem, batem, sem parar,
Pois, tudo o que querem, é penetrar…

Tu és…!
Tu és onda de mar…!
Carregas a mesma esperança…
Ora, te vestes, com pujança,
Ora, ostentas a serenidade, do luar…
E, tal como elas, tu jamais desistes!
Insistes, insistes, sem parar.
Persistes, com confiança,
Nesta ideia de me tomar.
De abrires, essa tal brecha,
Por onde consigas penetrar.

Contudo, tu esqueces-te,
De um aspecto, crucial…
Tu não passas de uma simples mortal!
E, que o mar no seu bater,
Que tanto imitas, no teu ser,
Aquele, que desgasta a dura rocha;
O que nela abre a tal brecha,
O que, por ela, penetra em flecha,
Depois de a desgastar,
Fá-lo, há séculos, sem parar…!

Tu esqueces-te, do principal!
Lembra-te, ó pobre mortal;
Lembra-te, que, esse, já é milenar…!

apsferreira

Submited by

sexta-feira, dezembro 11, 2009 - 21:43

Poesia :

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apsferreira

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Offline
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Comentários

imagem de cecilia

Re: A Filha das Ondas do Mar

Albano,

Linda poesia, em palavras profundas. Assim como acontece conosco, o mar expulsa o que de ruim entrou, mais abraça com forças o que ele mais ama, as suas ondas.
Adoro ler-te,enriqueço meu saber com tuas obras.
Abç
Cecilia Iacona

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: A Filha das Ondas do Mar

Gostei da forma pela qual conversas com as ondas.

Parabéns,
Um abraço,
REF

imagem de Dianinha

Re: A Filha das Ondas do Mar

O ondular do amor...
Bonito poema! :-)

Beijinho...

imagem de MarneDulinski

Re: A Filha das Ondas do Mar

LINDÍSSIMO SEU POEMA, GOSTEI IMENSO MESMO LONGO!
TUDO NA VIDA SÃO CICLOS, COMO OS CICLOS DAS ONDAS DO MAR, TUDO SE REPETE ETERNAMENTE PARA UM FIM ALCANÇAR...
Meus parabéns,
MarneDulinski

imagem de FlaviaAssaife

Re: A Filha das Ondas do Mar

apsferreira,

Linda poesia!
Me fez refletir sobre as ondas da vida que insistem em bater... Momentos de amor, alegres envolventes... Momentos de dor, amargos, deprimentes... Mas assim como as ondas do mar vão e vem... a vida também vai e vem... somos mortais, afinal!

:-)

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