Homem Gato

Que se esconde e domina,
É o herói da sua tenra vida,
Que o deforma mais forte e brioso...
É o homem sem vaidade, luxúria e compreensão.

O que ele não entende são os abraços de uma novela,
É o sentido do amanhecer,
É a voz de uma companhia que só no fim se ira calar...
Tudo que não quer, é tudo que não consegue ser!

Quer seja na flora ou numa metrópole cortês,
Nunca será um modesto humano... apenas um notável caçador
Que se deixa ao sabor de nada ou de uma marca sem brasão.
É apaixonado pela presença e mais nada o seduz.

Um casebre descoberto abrigo de espectros....
Um jardim em sossego com telhado de vidro...
De nada serve o que resta, para ele, inteiramente virgem,
De nada serve a paisagem que o ilude e tormenta.

Um reflexo homogéneo é o sinal de perigo.
A inveja não é pecado e o amor... oh! O amor é invisível, um
mandamento rasurado.

Até que um dia se desata o abismo e o consome sem réstias de
glória.
Até que um dia se enclaustra o ciclo devasso e impiedoso.

Homem gato...que não é majestoso não é relembrado,
É o homem da doença, é o enviado que a propaga.
Homem gato... que se vê vigoroso num poço terminal,
É o homem não clemente, é o homem não humano!