A Milonga

A milonga enlouquecida carregava-me para perto de teus braços
E no compasso de uma dança interpretada
Olhávamos nos olhos quase que desafiando a sanidade um do outro
Sem perceber que somente nos perderíamos ainda mais

Eu respirava próxima à sua boca
E tuas mãos apertavam-me ainda mais para perto de teu corpo
Como se fosse eu quem te adentrava
Rompendo os laços com a natureza perfeita do falo imerso...

Teus dedos imergiam no decote de meu vestido
E então subiam dedilhando meu chapéu
Que caia no chão bem ao lado de nossos pés...
Rolávamos ao som do acordeom que nos narrava

Aos poucos movimentávamos nós nossos corpos
Movimentando-nos um ao outro
Em uma despedida frenética e louca
Ao final da milonga... Atravessando o salão...