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Não vou morrer sem chorar
Transpiro veemente de luz...
Cidade de janelas acesas que abranda os entardeceres.
Emudeces fragmentos serenos de sapateados caminheiros no fim da rosa-dos-ventos.
São corpos e vendavais investidos de nada a perder no rumo das preces perpétuas…
Correm estreitos calados, pela alameda dos sós, na hipnose da terra insensível.
É disto que sou e para onde...
Caminho de metrópoles sentidas que a leste dos meus nortes dispersos, me guiam por veredas sem rumo nos passos perdidos dos dias…para descobrir o fim do que sou.
Por isso ando a brindar a tudo o que foi, o que é, o que há-de ser para ouvir os sinos e os corvos, para ser turbilhão chilreado esvoaçando mensagens de mim no bico das aves migrantes que me levam em olhar e amor, pelas cidades do mundo, onde sapateados caminheiros no fim da rosa-dos-ventos abrandam os entardeceres com esperança dentro dos olhos.
E eu que já fui e vi nojo…
Refluxo podre em género e modo, encastrado no arquétipo enlodado de águas frívolas no cuspo que pariu meus ossos no cosmos, rápido abordou pestilento o ar que me fez morada nas pocilgas do mundo.
Mas em nada me quis para a morte, que o verbo e o peito em minha boca nasceu de novo com pétalas doces como o dizer o amor no bico das aves migrantes e no olhar das cidades…
Não vou morrer sem chorar…
Não vou morrer sem chorar de alegria…
Quando descobrir o fim do fui…
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Comentários
Re: Não vou morrer sem chorar
Transpiro veemente de luz...
São corpos e vendavais investidos de nada a perder no rumo das preces perpétuas…
Mas em nada me quis para a morte, que o verbo e o peito em minha boca nasceu de novo com pétalas doces como o dizer o amor...
Não vou morrer sem chorar de alegria…
Quando descobrir o fim do fui…
Grande poema!!!
É um prazer ler-te!
:-)
Re: Não vou morrer sem chorar
"São corpos e vendavais investidos de nada a perder no rumo das preces perpétuas…"
Perfeito isso.
É o que mais se vê/ouve por aí.
Eu já fui e vi nojo, também.
Bonita prosa poética cara. Parabéns!