CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Odisséia brasileira
" ... dizem que antes de Ìtaca, Odisseu aportou no Novo Mundo ..."
Chego sem saber por que.
Retornado, sem nada para rever,
idiota que matou por dever
e cretino que perdeu a chance de morrer.
Estive na guerra de terceiros
e lutei tempos derradeiros,
crente na virtude dos guerreiros.
Agora estou regressado.
Paz não se conquistou,
pois comigo, só outro punhado
de zumbi sobrou.
Lutamos em todas as guerras
e morremos em todas elas.
Agora o aço perdeu o viço,
mas restou o maldito vicio
de buscar novo suplício.
Tempo perdido,
do qual tudo foi esquecido.
Tempo mal parido,
da boca do desconhecido.
O quê se fez do Brasil?
Disseram-me que aqui não haveria guerra,
e a vidente que não erra,
só me alertou para o perigo
da bala perdida que mata toda a gente,
e mais, se for inocente.
O quê se fez do brasileiro?
que de "tipo faceiro"
e "mulato izoneiro",
tornou-se alvo preferencial
e cliente em potencial
da funerária da esquina,
"Gari" da mão assassina.
Por que estamos perdendo
o quê em séculos fomos aprendendo?
Donde ficaram as conversas nas calçadas,
o riso, o abraço, o beijo,
a goiabada com queijo
e a pura cachaça,
sem culpa, nem pejo?
Que fim levaram o amor, o cortejo,
o samba em solfejo
e a poesia d'algum realejo?
Por que tanta viela,
tanta favela
e tão pouca aquarela?
O que se fez do pandeiro?
Da Capela no outeiro
e do atabaque no terreiro?
O que fizemos do Brasil inteiro?
Para Beth, que hoje faria 51 anos. Beijos guerreira.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 3265 leituras
Add comment
other contents of fabiovillela
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | A Canção de Alepo | 0 | 8.466 | 10/01/2016 - 22:17 | Português | |
Poesia/Meditação | Nada | 0 | 7.411 | 07/07/2016 - 16:34 | Português | |
Poesia/Amor | As Manhãs | 0 | 7.305 | 07/02/2016 - 14:49 | Português | |
Poesia/Geral | A Ave de Arribação | 0 | 7.431 | 06/20/2016 - 18:10 | Português | |
Poesia/Amor | BETH e a REVOLUÇÃO DE VERDADE | 0 | 9.253 | 06/06/2016 - 19:30 | Português | |
Prosas/Outros | A Dialética | 0 | 13.020 | 04/19/2016 - 21:44 | Português | |
Poesia/Desilusão | OS FINS | 0 | 8.052 | 04/17/2016 - 12:28 | Português | |
Poesia/Dedicado | O Camareiro | 0 | 10.631 | 03/16/2016 - 22:28 | Português | |
Poesia/Amor | O Fim | 1 | 7.390 | 03/04/2016 - 22:54 | Português | |
Poesia/Amor | Rio, de 451 Janeiros | 1 | 12.323 | 03/04/2016 - 22:19 | Português | |
Prosas/Outros | Rostos e Livros | 0 | 11.242 | 02/18/2016 - 20:14 | Português | |
Poesia/Amor | A Nova Enseada | 0 | 7.419 | 02/17/2016 - 15:52 | Português | |
Poesia/Amor | O Voo de Papillon | 0 | 6.745 | 02/02/2016 - 18:43 | Português | |
Poesia/Meditação | O Avião | 0 | 8.273 | 01/24/2016 - 16:25 | Português | |
Poesia/Amor | Amores e Realejos | 0 | 9.311 | 01/23/2016 - 16:38 | Português | |
Poesia/Dedicado | Os Lusos Poetas | 0 | 7.290 | 01/17/2016 - 21:16 | Português | |
Poesia/Amor | O Voo | 0 | 7.236 | 01/08/2016 - 18:53 | Português | |
Prosas/Outros | Schopenhauer e o Pessimismo Filosófico | 0 | 15.213 | 01/07/2016 - 20:31 | Português | |
Poesia/Amor | Revellion em Copacabana | 0 | 6.947 | 12/31/2015 - 15:19 | Português | |
Poesia/Geral | Porque é Natal, sejamos Quixotes | 0 | 8.549 | 12/23/2015 - 18:07 | Português | |
Poesia/Geral | A Cena | 0 | 8.257 | 12/21/2015 - 13:55 | Português | |
Prosas/Outros | Jihadismo: contra os Muçulmanos e contra o Ocidente. | 0 | 13.107 | 12/20/2015 - 19:17 | Português | |
Poesia/Amor | Os Vazios | 0 | 11.453 | 12/18/2015 - 20:59 | Português | |
Prosas/Outros | O impeachment e a Impopularidade Carta aberta ao Senhor Deputado Ivan Valente – Psol. | 0 | 10.502 | 12/15/2015 - 14:59 | Português | |
Poesia/Amor | A Hora | 0 | 10.790 | 12/12/2015 - 16:54 | Português |
Comentários
Re: Odisséia brasileira
LINDA HOMENAGEM, PARA NOSSA QUERIDA BETH!
MEUS PARABÉNS,
Marne