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Quando não estou
Quando não estou.
Sempre quando encontro comigo mesmo, sozinho,
No quarto a meia luz, ou em outro lugar, no claro,
De súbito desapareço, falto-me,
Desfaço-me no ar.
Quando encontro comigo mesmo, sozinho,
Aqui, em outro lugar, na sala de estar,
Já somente ar, pareço não estar,
No devaneio do ser e sentir, no vago, conduzo-me, sem direção e sem ao menos desejar.
Quando me encontro sozinho, não estou comigo mesmo.
Ao apagar da luz, na noite qualquer de um dia também qualquer,
Um temor surge. Apodera. Mas não me prende.
Não. Apenas diz: “Faze-te levar.”
Sem estar comigo mesmo, sozinho,
Não guiando-me em um sem estar,
Sou apenas, então, um elo rompido, sombra,
Ou a falta de tudo aquilo que estive a esperar.
Sem estar.
E comigo sem ficar.
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Comentários
Re: Quando não estou
Um poema bem escrito e inspirado, gostei!!! :-)