CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

A Quimioterapia (Republicado)

Eis que se troca a Esperança
pela Espera.
A dor me desespera
e a vida me onera.

O frio me entorpece,
a comida não me apetece
e a maldita "quimio" que nunca desce.
O que foi riso desaparece
e do resto, a gente esquece.

Inútil pensar no carinho que enternece.
Na voz que antes me excitava e agora aborrece.
E no outro corpo que já não me aquece.

Ao meu lado outra vida desaparece.
Um anjo que fenece,
um lírio que falece
(eu queria rezar, mas não sei a prece).

Voltei para a conhecida Estrada.
Caminho do Nada
e sem alivio d'alguma parada.
Tento lembrar da moça bonita
e dos planos que sonhamos
(e que nunca realizamos).

E pensar que ela,
ao entrar em minha vida
compensou esse caminho
de pedra não polida.
Neo, novo, Neolítico...
que me anda qual paralítico.

Aumentam-me a dose e a inconsciência.
Mas ainda masco a impotência
que me sobrou de tua ausência
(favinho de mel,
se tu soubesse o quanto houve de Céu
nos momentos em que me tirastes do Léu...).

Atrás do vidro
revejo meu reflexo moído.
E o quão doído
é esse sofrer sem sentido.

Noutro poema escrevi
que muita vida já comi.
Agora, é chegado o momento
de findar o sofrimento.
De chorar o último lamento,
de sorrir o penúltimo contentamento
e de fingir que nada foi em vão.

Tomei a vida por usucapião
e vivi meu o quinhão.
Agora, eu queria breve
o derradeiro não.

Submited by

quarta-feira, fevereiro 1, 2012 - 10:02

Poesia :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 7 anos 25 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Tristeza A Canção de Alepo 0 4.291 10/01/2016 - 21:17 Português
Poesia/Meditação Nada 0 4.051 07/07/2016 - 15:34 Português
Poesia/Amor As Manhãs 0 3.458 07/02/2016 - 13:49 Português
Poesia/Geral A Ave de Arribação 0 3.494 06/20/2016 - 17:10 Português
Poesia/Amor BETH e a REVOLUÇÃO DE VERDADE 0 4.274 06/06/2016 - 18:30 Português
Prosas/Outros A Dialética 0 5.593 04/19/2016 - 20:44 Português
Poesia/Desilusão OS FINS 0 3.880 04/17/2016 - 11:28 Português
Poesia/Dedicado O Camareiro 0 5.140 03/16/2016 - 21:28 Português
Poesia/Amor O Fim 1 3.725 03/04/2016 - 21:54 Português
Poesia/Amor Rio, de 451 Janeiros 1 8.713 03/04/2016 - 21:19 Português
Prosas/Outros Rostos e Livros 0 3.691 02/18/2016 - 19:14 Português
Poesia/Amor A Nova Enseada 0 3.964 02/17/2016 - 14:52 Português
Poesia/Amor O Voo de Papillon 0 2.966 02/02/2016 - 17:43 Português
Poesia/Meditação O Avião 0 3.373 01/24/2016 - 15:25 Português
Poesia/Amor Amores e Realejos 0 4.708 01/23/2016 - 15:38 Português
Poesia/Dedicado Os Lusos Poetas 0 3.745 01/17/2016 - 20:16 Português
Poesia/Amor O Voo 0 3.499 01/08/2016 - 17:53 Português
Prosas/Outros Schopenhauer e o Pessimismo Filosófico 0 5.385 01/07/2016 - 19:31 Português
Poesia/Amor Revellion em Copacabana 0 3.743 12/31/2015 - 14:19 Português
Poesia/Geral Porque é Natal, sejamos Quixotes 0 3.422 12/23/2015 - 17:07 Português
Poesia/Geral A Cena 0 3.862 12/21/2015 - 12:55 Português
Prosas/Outros Jihadismo: contra os Muçulmanos e contra o Ocidente. 0 4.126 12/20/2015 - 18:17 Português
Poesia/Amor Os Vazios 0 5.095 12/18/2015 - 19:59 Português
Prosas/Outros O impeachment e a Impopularidade Carta aberta ao Senhor Deputado Ivan Valente – Psol. 0 3.426 12/15/2015 - 13:59 Português
Poesia/Amor A Hora 0 4.752 12/12/2015 - 15:54 Português