CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
RESTOS DA VIDA
Escrevo palavras apressadas
com a caneta agarrada
preso a horas passadas
em relógio que não pára.
Os passos com que me movo
são lágrimas salgadas
curativo inventado
para vidas separadas.
E a pétala cansada
repousa sobre pedra sem vida
como flôr arrancada
em paisagem descolorida.
Descalço as lembranças
colo-as numa parede
caminho descalço em arame farpado
que se fez trapézio sem rede.
Transformo a folha caída
em paleta colorida
como planta silvestre
em rocha nascida.
Continuo a escrever
este texto conzento
de um fado que é rock
e que oiço a todo momento.
Levo-me nesta rua sem fim
numa cidade de medo
onde as nuvens que a cobrem
choram agora o teu segredo.
Alpendre sozinho
baloiça na cadeira
com a coragem a flôr da pele
em verdade derradeira.
Porque deixaste cair a máscara
que me enchia de amor?
Porque deixaste o cupido acertar
coma flecha envenenada de dor?
Desejo um último abraço
do teu corpo manipulado
para poder morrer sozinho
com outros iguais a meu lado.
Perfume de rosa ingerido
em som vertebral
em braços que me acolhem
a pele em morte cerebral.
Deixo o que sinto na rua
sem abrigo de amargura
com trouxas pesadas em sacos
revestidos em completa loucura.
Amo-te em mil pedaços
que a raiva dos outros separou
odeio-te neste desterro
que a tua prisão ordenou.
Ajoelho-me diante da tua cruz
onde Deus obteve o proveito
manchando as mãos dos homens
com sangue que corria perfeito.
Não te perdoarei nunca
teres prostituido o meu amor
e o cheiro da cama vazia
vai picando a minha dor.
O recomeçar que pediu a tua boca
sobre as ruinas sem força
erguido em memórias sujas e gastas
enquanto encomendas a minha forca.
Fecha-te nesse baú
coberto de cinzas pálidas
e renasce como flôr inventada
nas terras mais áridas.
Ilusão em escombros
em tempo que se fez de erosão
pegadas em areias inseguras
engolidas pelo mar mais a mão.
Veste a nossa cama de negro
num luto em lençois de setim
planeia no leito a morte
enquanto me sento e espero pelo fim.
Encosto-me num segundo
como besta ferida em mergulho
como criança de cara molhada
sem saber o que é o orgulho.
Colo os cacos de uma vida
que lançaste no chão empedrado
corto-me e o sangue jorra para fora
as lembranças espremidas em punho fechado
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1041 leituras
other contents of Rui Afonso dos Santos
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | MULHERES SEM VIDA | 0 | 1.154 | 09/03/2011 - 19:58 | Português | |
Poesia/Tristeza | CONTINENTE ESQUECIDO | 0 | 1.175 | 09/03/2011 - 16:57 | Português | |
Poesia/Tristeza | ENCONTRO MARCADO | 0 | 1.035 | 09/03/2011 - 16:36 | Português | |
Poesia/Tristeza | SOMBRAS QUE RALHAM | 0 | 989 | 09/03/2011 - 14:31 | Português | |
Poesia/Tristeza | PRIMEIRO BEIJO | 4 | 1.045 | 09/02/2011 - 18:13 | Português | |
Poesia/Tristeza | AS LINHAS COM QUE ME COSO | 0 | 1.200 | 08/31/2011 - 14:23 | Português | |
Poesia/Tristeza | EM CADA OLHAR | 0 | 1.376 | 08/30/2011 - 18:09 | Português | |
Poesia/Amor | DESEJO | 0 | 1.108 | 08/29/2011 - 22:15 | Português | |
Poesia/Tristeza | ACIMA DAS NUVENS | 0 | 1.474 | 08/28/2011 - 15:25 | Português | |
Poesia/Tristeza | SONHO | 0 | 927 | 08/27/2011 - 18:38 | Português | |
Poesia/Tristeza | LÁGRIMAS NO RAIO X | 0 | 1.344 | 08/24/2011 - 23:28 | Português | |
Poesia/Tristeza | CORPO EM SUSPENSO | 0 | 1.003 | 08/24/2011 - 23:25 | Português | |
Poesia/Tristeza | ÁRVORE SEM VIDA | 0 | 1.331 | 08/17/2011 - 19:01 | Português | |
Poesia/Tristeza | LIVRO ESQUECIDO | 0 | 1.119 | 08/15/2011 - 18:11 | Português | |
Poesia/Tristeza | OLHAR-TE E VER COMO ÉS | 0 | 989 | 08/15/2011 - 18:08 | Português | |
Poesia/Tristeza | ENFRENTO-ME | 0 | 1.075 | 08/15/2011 - 18:05 | Português | |
Poesia/Tristeza | GRANDE PLANO | 0 | 1.089 | 08/12/2011 - 17:31 | Português | |
Poesia/Tristeza | INDECISÃO | 0 | 968 | 08/12/2011 - 15:48 | Português | |
Poesia/Tristeza | RESTOS DA VIDA | 0 | 1.041 | 08/06/2011 - 17:01 | Português | |
Poesia/Desilusão | PARTIDA | 0 | 1.179 | 08/05/2011 - 12:58 | Português | |
Poesia/Tristeza | PECADO | 0 | 1.153 | 08/04/2011 - 16:51 | Português | |
Poesia/Tristeza | PALAVRAS AVULSO | 0 | 1.113 | 08/04/2011 - 16:41 | Português | |
Poesia/Tristeza | MUNDO A PRETO E BRANCO | 0 | 1.081 | 08/04/2011 - 13:47 | Português | |
Poesia/Tristeza | À FLÔR DA PELE | 2 | 1.361 | 08/04/2011 - 04:24 | Português | |
Poesia/Tristeza | VALE DE SOMBRAS | 0 | 1.045 | 08/03/2011 - 15:55 | Português |
Add comment