Sei, mas não acredito

ISei, mas não acredito

Sei, mas não acredito
Que há sonhos de amor
Oceanos encapelados.
Sei, mas não acredito
Que além de bruxas e duendes
Em que a poetisa acredita
Também há Deuses dementes
Que se comprazem em loucas orgias
Em fornicarem toda uma vida
Como se fosse o derradeiro orgasmo
Duma mente delirante
Desequilibrada e frustrante.
Sei, mas não acredito que o amor
Seja arrumado proscrito e etiquetado
Como coisa sem valor.

Sei, mas não acredito
Que a vida
seja castelo de cartas
Trunfo desbaratado
Vendida a dez reis o mel coado.
Sei, mas não acredito.
Que o fim seja o principio
E no meio não haja nada!
Sei mas não acredito
e devia acreditar
Que antes da morte
há vida para viver
E sonhos porque
vale a pena morrer