Tenho saudades...

Tenho saudades dos meus livros. Das mágicas e misteriosas letras que deles escorriam. Banhei-me nelas. E nelas mergulhei a minha alma incompleta. Para me fazer sentir. De tudo. Tenho saudades do que os meus olhos viam. Dos desenhos em cada linha. Os meus olhos desertos marcaram em cada parágrafo uma vírgula. Ou um acento. Saudades da imaginaçao que me foge...

Da realidade. E dos meus sonhos que sempre foram mentira. Sentida. Esta ferida que nunca mais cicatriza. Ainda dói nas flechas que a atormentam. Flechas atiçadas a um nome escrito nos livros que se chama esperança. Li-a. Leio-a. Num querer desmedido. De mudança. A mudança que tarda em chegar e eu tenho saudades. De mim.. Dos meus pensamentos. Aindo penso. Ainda oiço música. A música não me deixa pensar..

Desfaço esta teia que não me deixa dormir. Como veneno. Veneno da noite púrpura e diabólica. Sem frestas nas janelas. Janelas acorrentadas por uma saudade dos meus livros. Os mesmos que escreveram o céu e o mar azul. Saudades de mim. Saudades de azul.

Acendo a noite numa nuvem prateada...
Estrondos de marés rebeldes em todas as luas brancas...
Oiço a voz d escuridão...e tenho saudades..

Saudades das pedras distantes nas florestas
Onde me sentei e vivi o uivo dos lobos
Arfando de amor, escrito na saudade dos livros.
A minha cama está nua e tremo de solidão
Olho a noite, companheira dos meus braços,
E das pedras. Esquecidas no outro lado da rua.

Salgada esta noite. Este infinito. Perdido nas palavras.
Esquecidas no fogo morto. Das rosas queimadas.
No meu espírito vivo. Esquecido dos teus versos.

Era um sonho de inverno...ou de verão,
Ou de outono. Nas folhas castanhas caídas.
Na floresta densa. Numa saudade infinita...
Saudade que a memória não quer queimar...

A minha cama está nua e tremo de solidão
Olho a noite, companheira dos meus braços,
E das pedras. Esquecidas no outro lado da rua.

Salgada esta noite. Este infinito. Perdido nas palavras.
Esquecidas no fogo morto. Das rosas queimadas.
No meu espírito vivo. Esquecido dos teus versos.

Era um sonho de inverno...ou de verão,
Ou de outono. Nas folhas castanhas caídas.
Na floresta densa. Numa saudade infinita...
Saudade que a memória não quer queimar...