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Escritas à esmo

Escritas à esmo

Lépido coração, se desarraiga
Atenuado em dor.
Uma carta esquecida pelo rancor,
Afago para alma...

Num repentino segundo a vida a correr,
Mostrando sem querer
Escritas à esmo quebrantando à fundo.

Jaz esquecida a miragem
e a sina em receios se desvanece.
Mas na areia, o Tempo se envaidece
E o cauto amor resplandece.

Estas letras são vidas,
É o amor, a benevolência
Que em teu peito se assoma, irradia,
É o mais lindo canto em sua beleza límpida.

Quem canta chora e replica aos céus,
Tua solene espera
Que se esmera agora
Sob volúveis véus.

Palavaras implícitas
Que nunca são vistas,
Sem rumo dardejam
Nesse mar dos que amam.

Sem rumo desnudam
as camadas da alma,
Ao expor sem calma
Estas letras oblíquas,
Intrínsecas na inspiração que deságua.

O ornato das letras
É tua longanimidade
Que alardea beleza
E em coro entoa:

"Para o amor verdadeiro, nunca é tarde!"

20-07-2002

Ronivon Soares Diniz

Submited by

domingo, março 14, 2010 - 18:00

Ministério da Poesia :

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