Cidade que descarnei e depois me cozinhou

Sabia a pressas o beijo daquela cidade. Nem mesmo por cima de ventos necrófagos se sentiam desfloramentos consecutivos de virgens em vielas conspurcadas. Sabias que saber a pressas qualquer coisa, é sempre percebê-la devagar. E esta cidade fazia-nos mal naquele ponto de vista. Deturpava o que nos escrevia numa brisa de vento esquecido. Era saúde, com cancros em pares de dança e morte. Desenhava frutos, e queimava caules conseguidos por menos que suor e desprezo aos fracos.
Amei aquela cidade. Fiz o amor que ela achou possível. Desdenhei quando a desenharam melhor que eu a escrevi. Mas acabei sozinho porque soube saber a pressas o que ela me deixou no leito da única noite de sorrisos que tive. Prometeu desnorte, e deu-me um lugar à janela. Em dia de estio descontrolado.....

Submited by

Saturday, May 23, 2009 - 10:54

Prosas :

No votes yet

singelo

singelo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 6 years 15 weeks ago
Joined: 04/07/2008
Posts:
Points: 511

Add comment

Login to post comments

other contents of singelo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Thoughts Ser em caminhada de linhas 1 1.036 05/03/2009 - 13:50 Portuguese
Poesia/Meditation Zé Pequeno Português Banal 1 768 04/30/2009 - 19:21 Portuguese
Poesia/Disillusion Anunciar conversas ímpares 2 827 04/29/2009 - 09:38 Portuguese
Poesia/Fantasy Noites presentes e ausentes 4 909 04/28/2009 - 23:56 Portuguese
Poesia/Meditation Blasé forma de chorar 2 815 04/28/2009 - 11:38 Portuguese