Greve dos Professores do Estado de São Paulo

Greve dos Professores do Estado de São Paulo

Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), próxima Segunda, dia 8 de Março, as escolas públicas do Estado de São Paulo amanhecerão sem professores. A greve seria, dentre outras razões, uma resposta à propaganda enganosa veiculada pela Rede Globo de Televisão sobre a qualidade do ensino em São Paulo.
É claro que a população de São Paulo, que já é muito carente, dentre outras coisas, de conhecimento, não merecia passar mais uma vez por isso, mas infelizmente os professores não tiveram outra alternativa.
Está cada vez mais difícil ser professor no Brasil e não é apenas pelo baixo salário, mas pela impossibilidade de exercer esta profissão com o mínimo de dignidade. A propagando do governador José Serra é um acinte, não apenas ao professor, mas a população do Estado de São Paulo.
Qualquer pai que freqüenta a escola de seu filho sabe que a história de dois professores na sala de aula é um devaneio deste governo, pois dá para contar nos dedos a presença de dois profissionais na sala de aula. O Brasil inteiro hoje padece com a falta de profissionais na área de educação, pois ninguém em sã consciência quer ser professor neste país e a prova disso é a redução do interesse pela área de educação nos vestibulares deste país.
Hoje em São Paulo, muitos professores não são habilitados para ministrarem as aulas que ministram. Na área de Filosofia e Sociologia, por exemplo, as aulas são dadas por professores de História, que têm uma carga mínima destas disciplinas em seus históricos. Que qualidade há nisso?
O governo parece não ter esta informação, pois mesmo os profissionais que passaram na tal prova, que visava testar a “capacidade” do professor, no próximo ano não poderão ministrar aulas. O que estes profissionais farão? Certamente migrarão para outra profissão e talvez nunca voltem para a área de educação, deixando o Estado cada vez mais carente destes profissionais.
Convém aqui relatar também os casos dos chamados professores “eventuais”, que só ganham a passagem se der aula, ou seja, apesar de ficarem a disposição da escola durante quase seis hora, estes profissionais tiram o dinheiro do próprio bolso para pagar a passagem. Quem consegue sobreviver com um salário de 400 a 500 reais? Este é o valor que muitos professores eventuais ganham no Estado. Subtraia destes valores o dinheiro da passagem! E olha que a passagem de ônibus é muito cara nesta cidade.
O governo queria que fizéssemos a prova! Pois bem, fizemos e muitos profissionais passaram, então exigimos o mínimo de respeito! Os profissionais que passaram na tal prova receberam o castigo de ficar sem aula no próximo ano! Ou seja, todos foram castigados: quem não passou sofreu o castigo este ano e quem passou sofrerá o castigo no próximo ano, ficando 200 dias sem aula.
Ora, professor tem por obrigação ser inteligente! E as pessoas inteligentes optaram pela greve, pois a destruição dos professores está acontecendo lentamente! É claro que nas escolas existem pessoas inteligentes e aquelas que estão com a inteligência adormecida, assim também como certamente os professores estão sendo manipulados pela política suja do governo e de outras instituições, mas a greve, que deve ser usada apenas em último caso, infelizmente terá que acontecer, para o bem de todos. Neste momento, tornou-se um mal necessário!
Que venha a greve! Mas não para aumentar o salário dos professores apenas, mas para resgatar a dignidade dos nossos educadores e chegarmos enfim a uma educação de qualidade! Senhor José Serra, ainda existem muitas inteligências que não estão adormecidas nas escolas públicas, assim como muitos professores vocacionados, que passaram na tal prova e que não merecem ficar um ano afastado do ensino público do Estado de São Paulo e, ao contrário do que muitos pensam, existem muitos professores com currículo extenso, que não são valorizados. Então, não gaste dinheiro público com quem já se preparou voluntariamente...