GLOSAS XVIII

18

Analia não é perjura,

Analia cede a seu fado.

Julguei deshumana, e dura
Minha amada, e sinto horror
Depois que me disse Amor:
«Analia não é perjura:»
Se o poder da desventura
Seu ardor tem subjugado,
E se um vinculo sagrado
A liberdade lhe prostra,
Quando em si crenças lhe mostra
«Analia cede a seu fado.»

Foi altar a sepultar,
Disse-me: — «Juro por esta
Medonha estancia funesta,
«Analia não é perjura:»
Inda Analia em cinza escura
Sentirá o ardor sagrado;
Ali será requintado
O extremo da sua ardencia
Inda que aqui na apparencia
«Analia cede a seu fado.»

Submited by

Monday, October 5, 2009 - 17:01

Poesia Consagrada :

No votes yet

Bocage

Bocage's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 28 weeks ago
Joined: 10/12/2008
Posts:
Points: 1162

Add comment

Login to post comments

other contents of Bocage

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/Sonnet Soneto ao Árcade Lereno 0 2.729 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Sonnet Soneto ao Leitão 0 1.919 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Sonnet Soneto Arcádico 0 2.101 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Sonnet Soneto da Amada Gabada 0 3.598 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Erotic A Ulina 0 4.299 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Meditation Auto-retrato 0 3.805 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General À morte de Leandro e Hero 0 1.640 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cantata à morte de Inês de Castro 0 2.107 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cartas de Olinda e Alzira 0 2.455 11/19/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia/Erotic Arreitada donzela em fofo leito 3 2.445 02/28/2010 - 13:18 Portuguese
Poesia/Erotic Lá quando em mim perder a humanidade 1 2.233 02/28/2010 - 13:15 Portuguese