APÓLOGOS XIII

13

O cão e a cadella

Tinha de uma cadella um cão fome canina,
Elle bom perdigueiro, ella de casta fina:
Mil foscas lhe fazia o terno maganão,
Mas gastava o seu tempo, o seu carinho em vão.
Dando no chichisbéo dentada, e mais dentada
A femea parecia uma cadella honrada,
E incapaz de ceder ás pretenções de amor:
Mas o amante infeliz em fim foi sabedor
De que a mesma em que via acções tão desabridas
Era co'um torpe cão fagueira ás escondidas.
Se és sagaz, meu leitor, talvez que tenhas visto
Cadellas de dous pés, que tambem fazem isto.

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Sunday, October 11, 2009 - 17:25

Poesia Consagrada :

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Bocage

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