Transparências

O véu que adorna o rosto da noiva.

O mosquiteiro sobre a cama.

O mundo bem podia ser feito de filó

e de sua inevitável transparência.

Os chambres modernos de dormir.

As cortinas de banheiro.

O fino algodão que encobre os corpos

para serem levados ao rio Ganges.

Algo dão,

Algo dão doce,

A água de rio corrente... desacorrenta almas e tecidos.

Trans-lúcidos nos tornamos.

Trans-lúdicos como crianças que acabaram de nascer.

Trans-parentes da mesma família humana.

Tolerantes como as águas dos rios,

doces e profundos.

A poesia é uma transparência do ser

que se desnuda.

O poeta é um sonhador que transparece feliz.

O fundo é o barrento da alma que se transforma

e transcende.

Patrícia Porto

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Friday, January 15, 2010 - 03:24

Ministério da Poesia :

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