O QUE SEI DE MIM

Sei de mim que sei pouco.
Muito pouco.
Sei de mim que dos outros nada sei.
Que me envergonho de mim
de não viver por dentro
as desgraças e as alegrias do mundo.

Sei afinal o quê (?) no romper desta madrugada
tão fatal para mim e para os outros.

Que mal o meu por quase nada saber !

Cresci na vida, no tempo, nesta cidade
e olho-me cada vez mais ignorante
de tudo isto, de todas as coisas.

Sem nada saber, sem nada entender
daquilo que mora mesmo a meu lado.
E eu que julgava estar de olhos abertos
para tudo o que gira á minha volta.
Á volta deste mundo. Á volta de mim.

Mas que sei eu de tudo (?) dos outros, da vida.

Revejo-me profundo. Que pena tenho eu de mim.
Dos outros. Do mundo.

Sou apenas, isso eu sei, um mendigo da sabedoria !

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Wednesday, March 17, 2010 - 17:45

Ministério da Poesia :

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