O retorno

Então ele deu pra reaparecer
Forçando toda a simpatia que um dia dispensou
Que trocou pela frieza de sua cruel indiferença
Pois quem feriu não sabe que curativos tiveram de ser aplicados.

E lá vem ele, no limite do seu charme
Usando aquelas palavras que já surtiram tanto efeito
Não sabe que agora essas mesmas só causam escárnio
E que o nome dele já virou piada interna.

Não tem certeza de seu atraso
Ainda mantém acesa a chama da fé num passado duvidoso
E como a aranha que se vê presa na própria teia
Ele dá à ela a corda da confissão que vai enforcá-lo.

Ele agora se apresenta em nova roupagem, ela sorrí
Não exerga através dos olhos daquela que rejeitou
Que ela também rejeita oque já sentiu
Mas ela ouve e sorrí com aquele sorriso da novidade.

Ele espera que ela, na sua superação incondicional
Tenha também perdido a memória
Ele a teme pois sabe de quem se trata
Mas, pomposo, está disposto a reaver sua antiga posição.

Ela só lhe dá altura suficiente para que sua queda seja maior
E ela vai sapatear em seu caixão bebendo champagne
Pois nunca tolerou atrasos sem grandes recompensas
E agora, nem músicas, poemas ou amnésia lhe ludibriam mais.

*a balança da justiça pesa cada grama com precisão.