Seda Negra

Senda Negra
Lanugens de jovem alfombram cadências de pele acastanhada e levemente rosada, evolucionam gradualmente e finalizam em deleitosos montículos que se elevam tesos em amendoim tostado. Melindrados, permitem-se intumescer do toque subtil dos lábios. Pelo menos na febril imaginação de Joel repassava esse sentimento.
Procedendo de elegante linha formam delta bem negro num profundo e algo intangível lago de onde se ausentam longas pernas em seda negra luzente.
Toda uma elegia voluptuosa enquadra o delta onde um vórtice umbilical se espraia em harmonioso declive.
Deslumbra-o o corpo posado da modelo e deixa se voar num cosmos paralelo de culpas e musas, negras sendas e encarnações de jovem.
Aqui e além surge já uma penugem mais densa, estende-se progressivamente ao fundo do lago e outra linha labial carnuda assoma debaixo, ladeia e distingue-se suavemente de um montículo rígido mais claro que o culmina.
Em cada evolução gestual sente-se equilíbrio e o corpo desfila num sem fim sensual de ténues curvas magnificamente produzidas em tons de seda preta.
Longos fios como cascatas em torvelinho ladeiam um rosto discreto de voracidade branda.
Sons macios a seda e cetim dispersam-se pelo silencioso ambiente ao menor movimento.
O Colo elevado e levemente inclinado permite que a catarata de cabelo repouse sobre um dorso modelado e enlaça com as nádegas fixas do corpo negro e delgado do modelo.

Do lado mudo do quarto Joel extasia-se em pinceladas precisas num quadro inacabado.
Nascido ataviado em noite de agonia, sem guerra e gloria, Joel Matos.
Hei-o…

Por Jorge Santos

Submited by

Sunday, January 9, 2011 - 21:24

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 15 weeks 6 days ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Comments

Susan's picture

Que belo texto erótico

Que belo texto erótico !!!

de muito bom gosto !!!!

beijos

Susan

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/Aphorism maquina do tempo 0 9.199 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism cheiro de vento 0 8.533 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sei 0 7.743 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism espanto 0 6.722 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism coraçaõ largo 0 6.061 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sempre 0 4.865 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism quando 0 6.743 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Balada para um turco 0 7.802 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Francisca 0 10.067 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism tudo e nada 0 8.692 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Priscilla 0 10.393 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Asa calada 0 11.958 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism flores d'cardeais 0 10.137 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Magdalena 0 9.141 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism peito Abeto 0 9.037 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism rapaz da tesoura 0 9.212 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Koras 0 10.716 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism escrever pressas 0 4.817 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism não tarde 0 8.064 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism fecha-me a sete chaves 0 7.100 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism inventar 0 10.243 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated professas 0 9.190 11/19/2010 - 19:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism amor sen'destino 0 15.876 11/19/2010 - 19:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism andorinhão 0 10.628 11/19/2010 - 19:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sentir mais 0 8.418 11/19/2010 - 19:13 Portuguese