Núri'as Ring

Núria's Ring

Nuria’s ring


Reza a historia ,que no reino de Devon aconteciam estranhos encantos, vivia na floresta de Dartmoor , na mais recôndita clareira ,numa simples cabana, uma feiticeira, Núria ,cujos encantamentos , soprados de ouvido em ouvido eram sobejamente conhecidos , todos os gentios sob o domínio do soberano Conde lord Wellington ,apelavam a Núria para conseguirem sobreviver , O Conde era um homem insolentemente rico e gordo devido aos impostos cobrados aos vilões e gentes do condado.

O medo reinava em Devon, empobrecidos e tristes d’alma solicitavam a Núria , a feiticeira que , com o poder de um único dedo enfeitado com um grande anel de cristalinos diamantes afastasse o triste fadar dos rostos desta pobre gente, quando regressavam às aldeias vinham felizes,traziam sacos com comidas e nas bolsas algumas moedas de ouro,sabiam que não poderiam arrecadar muito ouro e riquezas sob pena de não conseguir regressar à floresta com o coração puro e não poderem mais admirar os encantos feitiçados da liberdade.

A floresta coriscava de brilhos, aos seus olhos encantada,ali pendiam das árvores lianas em ouro,ali havia esmeraldas nos ribeiros,cascatas de prata ,as gotas de água cintilavam de diamantes, topázios e até os céus eram dourados(tal como as cúpulas das igrejas de Lord Wellington), mas só douravam para quem entrava no retiro com o coração aberto e a alma pura, os esbirros do soberano e os cobradores de impostos do reino tinham medo das escuridões,dos sortilégios, das velhas árvores negras e dos personagens sisudos (pensavam eles) que por ele circulavam,não se atrevendo a passar além.

Decidido a pôr fim aos largos sorrisos dos seus súbditos manda o Lord matar a feitiçeira,pede a um grande número de homens que se dirijam à floresta de Dartmoor e cortem o dedo de Núria como prova da sua morte,dará por esse feito uma larga recompensa em terras e castelos de nobres caídos em desgraça,era seu hábito matar todos os que se lhe opunham,até mesmo seus pares.

Assim fizeram os seus homens mais valoroso , apesar de grande parte deles ter desertado antes de entrar na floresta. Depois de assassinarem Núria , cortaram-lhe o dedo mas o anel foi cair numa raiz de Mandrágora.

Ao chegarem ao palácio , Lord Wellington atira desdenhosamente o dedo para o jardim , indo ficar num canteiro de flores, pensou ele ter-se livrado definitivamente da feiticeira.

Ainda hoje, o dedo espetado de Núria ,envolto em belas gotas de orvalho , aponta todos os palácio , de todos os Lordes e corruptos , é uma praga magnífica, existente em todos os belos jardins, de todos os reinos, todas as cúpulas douradas, de todas as igrejas e todos os palácios, construídos com suor e os impostos dos pobres, permanecem apontados por um dedo e hoje, ainda ninguém,sabe ao certo, qual foi o segundo feitiço, que Núria rogou, a todos os déspotas deste mundo.

O anel Ficou na raiz da Madrágora,(daí a semelhança com Núria) e continua , a encantar as florestas ainda não devastadas e urbanizadas, uma vez que,os seus gritos , ao ser arrancada à Terra Mãe , em noite de lua cheia , matam qualquer construtor ou condutor de bulldozer que o intente, apesar de todos estes usarem maléficos negros cães , descendentes dos soldados de Lord Wellington que ousaram entrar nas MINHAS florestas encantadas e... Meus domínios.

 

Transhumante (guardião de paz verde)

 

Jorge Santos (2008)

Submited by

Thursday, January 13, 2011 - 12:01

Prosas :

No votes yet

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 13 weeks 4 days ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/General Pelo sonho vamos 3 19.971 02/23/2018 - 10:59 English
Ministério da Poesia/General Cheio de nada ter 2 2.888 02/23/2018 - 10:58 Portuguese
Ministério da Poesia/General É a poesia parte … 5 1.932 02/23/2018 - 10:57 Portuguese
Ministério da Poesia/General Te aguardo na rua do mau juiz … 1 4.614 02/23/2018 - 10:55 Portuguese
Ministério da Poesia/General Te vejo a duas vozes … 2 1.505 02/23/2018 - 10:54 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sem estar, s’tou … 4 1.935 02/23/2018 - 10:52 Portuguese
Ministério da Poesia/General Não sei se crer na sombra ou no luar … 3 4.422 02/23/2018 - 10:36 Portuguese
Ministério da Poesia/General I’nda ontem… 8 801 02/23/2018 - 10:30 Portuguese
Ministério da Poesia/General Ou esta tampouco … 7 4.918 02/23/2018 - 10:27 Portuguese
Ministério da Poesia/General Verde … 8 3.676 02/23/2018 - 10:24 Portuguese
Ministério da Poesia/General Profundamente … 3 3.624 02/23/2018 - 10:21 Portuguese
Ministério da Poesia/General Nada sou … 5 3.097 02/23/2018 - 10:20 Portuguese
Ministério da Poesia/General Autographya 6 4.043 02/23/2018 - 10:17 Portuguese
Prosas/Others Seda negra. 4 9.836 02/23/2018 - 10:15 Portuguese
Prosas/Others O Transhumante Ou “Versus de Montanya Mayor” 4 8.614 02/23/2018 - 10:14 Portuguese
Prosas/Lembranças Mad’in China 2 6.800 02/23/2018 - 10:12 Portuguese
Ministério da Poesia/General Falar não tenho, 3 3.165 02/23/2018 - 10:12 Portuguese
Ministério da Poesia/General Dizei que rio … 3 2.877 02/23/2018 - 10:11 Portuguese
Ministério da Poesia/General Invejo aquele que nasce e não morre, o Tejo … 5 4.466 02/23/2018 - 10:07 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sem estar, s’tou … 2 3.812 02/23/2018 - 10:05 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sinto saudade do que não sou ... 2 2.315 02/23/2018 - 10:04 Portuguese
Ministério da Poesia/General Às vezes 2 2.093 02/23/2018 - 10:03 Portuguese
Ministério da Poesia/General Em que tons te tinges hoje, nua… 2 1.079 02/23/2018 - 10:03 Portuguese
Ministério da Poesia/General Tão tanto … 2 3.469 02/23/2018 - 10:02 Portuguese
Ministério da Poesia/General Fim de sessão … 2 2.926 02/23/2018 - 10:01 Portuguese