Mão Fria
Segurei, por uma vez, um destino que deitei a perder.
Agarrei, obcecado, um fado que, em mim, deixei morrer.
Ó tristeza patética que ris de mim com desdém,
Que tens no rosto as cicatrizes, sabemos nós de quem.
És a mão fria que me acaricia a cara e a deixa arder.
Um animal estéril que marca território sem ter prazer,
Pois é da natureza dele ser controlado, mas porém
É livre de sentir o mal de matar e destruir alguém.
Sim, és essa mão fria que agora seguro,
Frágil, obcecado, tenso, contudo indiferente,
Pois o que sou agora morrerá no futuro.
Não julgues que por estar vazio estou carente.
O que nós chamamos amor não é mais que um muro
E não é o fruto do meu ódio…é apenas a semente.
Inverno 1999
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Tuesday, November 4, 2008 - 17:16
Poesia :
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Comments
Re: Mão Fria
Um poema escrito com alma!
:-)