CONFISSÃO

Diante do inquisidor sob a luz
alta e disforme, figura apanhada
no flagrante da alma, na calmaria
em que estava no momento:
confessa o crime, diz do amor perdido,
pendido o corpo sobre a mesa
não olha o rosto de quem o inquire,
foge ao olhar que lhe traz o dia.
Quando apagam as luzes, a cela
se mostra por inteiro, mosteiro
onde esconde o corpo ao mal feito
- agora confessado em lágrimas –
contra todos os deuses, menos um,
que o inquire e colige o texto
do que foi dito, dito que amou
e se arrepende e por isso se prende,
perde o pescoço na forca, como
se ainda não estivesse ido e morto.

(Pedro Du Bois – IV Antologia Internacional Palavras
do 3° Milênio,Phoenix Editora, SP)

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Lunes, Junio 29, 2009 - 01:39

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PedroDuBois

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Comentarios

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Re: CONFISSÃO

Excelente
Perante o inquisidor se confessa, e só na escuridão derrama lágrimas do amor perdido, "e se arrepende e por isso se prende, perde o pescoço na forca, como se ainda não estivesse ido e morto"
Adorei
Abraço

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Re: CONFISSÃO

Jopeman, gostei que tenha gostado. Grato pela leitura. Abraços, Pedro

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Re: CONFISSÃO p/ PedroDuBois

Olá Pedro

"Não precisava mais ser morto,
pois de amor já tinha morrido"

Belo e interessante poema

Beijinhos no coração

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Re: CONFISSÃO p/ PedroDuBois

Obrigado, Ângela, pela sua leitura. Abraços, Pedro.

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