anti-principe

Quantas vezes desabou o mundo sobre mim?
Um sonho dilacerado, golpeado ate ao último suspiro, caiu no chão aos meus pés.
A derradeira ilusão.
Em cacos, cristal e morte.
Veneno. Imagens vertiginosas. Confusão.
Montanha-russa onde embarquei.
Onde os meus olhos se acenderam, para nada.
Não entendo as forças com que me conduzes. São tão diferentes das minhas..
Meu universo de estrelas, porque saíste de mim?
Qual o motivo, o sentido, para tantos passos errados?
Se te encontrei, e te perdi.
Se mergulhei e naufraguei.
Se perdi o medo, e acordei.
E todos os pesadelos se projectaram de uma vez contra a parede da minha solidão.
Se tudo podia ser tão leve, tão simples, tão bom, mas eu quebro as armas contra uma mente doentia que tudo quer controlar.
Para me fazer saber que moro na corda bamba.
Que me enches a vida de flores, e me encerras num abismo cada vez mais intransponível.
Porque envenenas o nosso amor, que é já tão estranho e diferente.
Acordaste de mansinho, o mais recôndito de mim, para me levares à deriva num furacão cíclico (sempre imprevisível) que de vez em quando, lança o caos à nossa paz.
Nunca te vou entender. Não quero entender.
Quero desligar-me de vez da tua insanidade compulsiva, para sobreviver, um dia mais longe de ti.
Se “nada é por acaso”, eu fiquei trancada em casa para gastar ate ao fim tudo isto que me consome, todas as palavras que me arranham a garganta, a tua voz suave dizendo-me que acabou.
Porque me sinto impotente para te transformar num ser humano normal.
Sem mistérios energéticos, enigmas paranormais, telepatia e projecções astrais.
Sem futurologias condicionantes que bloqueiam o livre arbítrio dos acontecimentos.
Sem memorias de outras vidas, nem a obsessiva espiritualidade, que usas para te afastares de mim.
A pouco e pouco, abri-te a porta.
Deixei que me invadisses lentamente.
Doce ilusão, com que me contaminavas os sentidos.
Na esperança de dias melhores, e momentos irreais.
Raiva de ti. Raiva de mim.
Estou no centro do tornado, que devastou a minha vida, e sei que custe o que custar, terei de renascer dos escombros do teu beijo de cinema.
Da tua etérea verdade.

Submited by

Viernes, Julio 11, 2008 - 20:48

Poesia :

Sin votos aún

JillyFall

Imagen de JillyFall
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 4 semanas 3 días
Integró: 03/07/2008
Posts:
Points: 866

Comentarios

Imagen de Henrique

Re: anti-principe

Um poema escrito com alma!

:-)

Imagen de Tommy

Re: anti-principe

Como comentar, creio que a respeito deste trabalho já disse tudo o que poderia ser dito, tentando nao me repetir nem ser pica miolos, suberbo sublime e profundo alias como cada ferida escondida por detraz dos versos, parabens linda

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of JillyFall

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor miragem 8 1.619 12/10/2011 - 16:27 Portuguese
Prosas/Contos Oásis 0 1.663 07/09/2011 - 02:08 Portuguese
Prosas/Contos Madrugada 2 1.976 07/08/2011 - 01:31 Portuguese
Prosas/Contos Estrela da Manhã 2 2.471 04/19/2011 - 22:21 Portuguese
Prosas/Contos Estrela da Manhã 0 2.536 04/15/2011 - 04:16 Portuguese
Fotos/Perfil 942 0 3.191 11/24/2010 - 00:37 Portuguese
Anúncios/Varios - Se busca angariador de publicidade à comissão 0 3.342 11/19/2010 - 15:38 Portuguese
Poesia/Aforismo fuga 0 2.103 11/17/2010 - 18:31 Portuguese
Poesia/Fantasía saudade 0 3.124 11/17/2010 - 18:31 Portuguese
Poesia/General fuga 0 2.830 11/17/2010 - 18:31 Portuguese
Poesia/Amor era uma vez... 7 2.113 03/28/2010 - 17:44 Portuguese
Prosas/Contos A Borboleta 1 1.883 03/28/2010 - 11:47 Portuguese
Poesia/Amor viagem 2 1.831 03/27/2010 - 04:04 Portuguese
Poesia/Amor diz-me.. 2 1.806 03/27/2010 - 03:58 Portuguese
Poesia/Meditación think pink! 2 2.147 03/04/2010 - 16:11 Portuguese
Poesia/General reflexo 3 1.995 03/04/2010 - 13:49 Portuguese
Poesia/Amor disseste 6 2.000 03/04/2010 - 13:28 Portuguese
Poesia/Amor papagaio de papel 3 1.805 03/03/2010 - 16:47 Portuguese
Poesia/Tristeza melodrama 3 1.841 03/03/2010 - 16:36 Portuguese
Poesia/Dedicada hoje morri 5 1.994 03/03/2010 - 16:07 Portuguese
Poesia/Dedicada dia de rosas vermelhas 6 1.968 03/03/2010 - 16:03 Portuguese
Poesia/Dedicada manhã 7 1.480 03/03/2010 - 15:14 Portuguese
Poesia/Amor estranho poder.. 4 1.128 03/03/2010 - 15:13 Portuguese
Poesia/Amor paramos de fingir? 8 1.615 03/02/2010 - 18:26 Portuguese
Poesia/Amor do outro lado do abismo 5 1.133 03/02/2010 - 16:49 Portuguese