CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Quando falo contigo, no meu peito

Só um olhar por compaixão te peço,
Um olhar.... mas bem lânguido, bem terno...

Quero um olhar que me arrebate o siso,
Me queime o sangue, m'escureça os olhos,
Me torne delirante!
ALMEIDA FREITAS

Sur votre main jamais votre front ne se pose,
Brûlant, chargé d'ennuis, ne pouvant soutenir
Le poids d'un douloureux et cruel souvenir;
Votre coeur virginal en lui-même repose.
Th. Gautier

Ricorditi di me...............
DANTE, Purgatório

Quando falo contigo, no meu peito
Esquece-me esta dor que me consome:
Talvez corre o prazer nas fibras d'alma:
E eu ouso ainda murmurar teu nome!

Que existência, mulher! se tu souberas
A dor de coração do teu amante,
E os ais que pela noite, no silêncio,
Arquejam no seu peito delirante!

E quando sofre e padeceu... e a febre
Como seus lábios desbotou na vida...
E sua alma cansou na dor convulsa
E adormeceu na cinza consumida!

Talvez terias dó da mágoa insana
Que minh'alma votou ao desalento...
E consentirás, ó virgem dos amores,
Descansar-me no seio um só momento!

Sou um doudo talvez de assim amar-te,
De murchar minha vida no delírio...
Se nos sonhos de amor nunca tremeste,
Sonhando meu amor e meu martírio...

E não pude, febril e de joelhos,
Com a mente abrasada e consumida,
Contar-te as esperanças do meu peito
E as doces ilusões de minha vida!

Oh! quando eu te fitei, sedento e louco,
Teu olhar que meus sonhos alumia,
Eu não sei se era vida o que minh'alma
Enlevava de amor e adormecia!

Oh! nunca em fogo teu ardente seio
A meu peito juntei que amor definha!
A furto apenas eu senti medrosa
Tua gélida mão tremer na minha!...

Tem pena, anjo de Deus! deixa que eu sinta
Num beijo esta minh'alma enlouquecer
E que eu viva de amor nos teus joelhos
E morra no teu seio o meu viver!

Sou um doudo, meu Deus! mas no meu peito
Tu sabes se uma dor, se uma lembrança
Não queria calar-se a um beijo dela,
Nos seios dessa pálida criança!

Se num lânguido olhar no véu de gozo
Os olhos de Espanhola a furto abrindo
Eu não tremia... o coração ardente
No peito exausto remoçar sentindo!

Se no momento efêmero e divino
Em que a virgem pranteia desmaiando
E a c'roa virginal a noiva esfolha,
Eu queria a seus pés morrer chorando!

Adeus! Rasgou-se a página saudosa
Que teu porvir de amor no meu fundia,
Gelou-se no meu sangue moribundo
Essa gota final de que eu vivia!

Adeus, anjo de amor! tu não mentiste!
Foi minha essa ilusão e o sonho ardente:
Sinto que morrerei... tu, dorme e sonha
No amor dos anjos, pálido inocente!

Mas um dia... se a nódoa da existência
Murchar teu cálix orvalhoso e cheio,
Flor que respirei, que amei sonhando,
Tem saudade de mim, que eu te pranteio!

Submited by

terça-feira, abril 14, 2009 - 00:30

Poesia Consagrada :

No votes yet

AlvaresdeAzevedo

imagem de AlvaresdeAzevedo
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 30 semanas
Membro desde: 04/14/2009
Conteúdos:
Pontos: 303

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of AlvaresdeAzevedo

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Fotos/ - Alvares de Azevedo 0 1.483 11/24/2010 - 00:37 Português
Poesia Consagrada/Conto Noite na Taverna (Capítulo IV — Gennaro) 0 1.643 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Noite na Taverna (Capítulo V — Claudius Hermann) 0 2.066 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Noite na Taverna (Capítulo VI — Johann) 0 1.600 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Noite na Taverna (Capítulo VII — Último Beijo de Amor) 0 1.291 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Macário - Introdução 0 1.115 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Macário - Primeiro episódio 0 871 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Macário - Segundo episódio 0 988 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Sombra de D. Juan 0 1.058 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Na várzea 0 1.031 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral O editor 0 880 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Oh! Não maldigam! 0 1.308 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Dinheiro 0 1.172 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Adeus, meus sonhos! 0 1.190 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Minha desgraça 0 1.034 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Página rota 0 945 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Noite na Taverna (Capítulo I — Uma noite do século) 0 1.231 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Noite na Taverna (Capítulo II — Solfieri) 0 1.564 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Conto Noite na Taverna (Capítulo III — Bertram) 0 2.325 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Panteísmo 0 886 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Desânimo 0 1.032 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral O lenço dela 0 995 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Relógios e beijos 0 1.053 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Namoro a cavalo 0 1.295 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Pálida imagem 0 1.057 11/19/2010 - 16:52 Português